segunda-feira, 30 de julho de 2012

Eventos e Exposições


Eu amo a Bolívia: Festa celebra aniversário de 187 anos da independência do país

jul 18, 2012 Sem comentários
O Memorial da América Latina abre os portões da Praça Cívica, nos dias 04 e 05 de agosto, para a maior comemoração da comunidade boliviana em São Paulo, a Festa da Independência da Bolívia. Com o nome ‘Eu Amo Bolívia: Fé e Cultura no mesmo coração’, o evento será iniciado com uma cerimônia religiosa em homenagem a Virgem de Copacabana, padroeira da Bolívia e à Virgem de Urkupiña, protetora dos imigrantes.

Durante os dois dias de festejo ocorrerão apresentações de 13 agrupações folclóricas, conjuntos musicais e de danças, bem como desfiles de fantasias e culinária tipicamente boliviana. O público da última edição deste evento chegou a 24 mil pessoas e neste ano espera-se superar esta marca. A comemoração é organizada pelo Consulado Geral da Bolívia em São Paulo e pelas entidades que representam os bolivianos emigrados.
O país andino tem em sua cultura forte influência dos povos Quíchua e Aymara, da região dos Andes, e, também, do Guarani da região amazônica e do Chaco e dos negros descendentes de escravos levados, principalmente, para trabalhar nas minas da região de Potosi. Daí, a definição do país como um Estado Plurinacional.
O Seis de Agosto é a data cívica mais importante para a Bolívia, pois celebram sua independência com diversas festividades, em todo o território boliviano, e nos demais locais onde vivem imigrantes de origem boliviana e seus descendentes. A comemoração é uma mistura de religião, cultura e civismo boliviano.
O número exato de bolivianos em São Paulo é desconhecido, mas calcula-se algo entre 200 e 250 mil pessoas. Muitos deles se organizaram em torno da Associação Cultural de Grupos e Conjuntos Folclóricos Bolívia Brasil e dão exemplo na promoção da cidadania e da responsabilidade social por meio da integração cultural e cultivo de suas tradições.
Conheça a forma em que os bolivianos se organizam
Fraternidade Morenada Nueva Revelación
A Fraternidade Morenada Nueva Revelácion demonstra o folclore boliviano com a dança “morenada”, uma das mais expressivas manifestações de cultura boliviana. O nome adotado pela fraternidade “Nueva Revelación”  vem da festividade do Senhor do Gran Poder. Eles adotam o lema : “Fé e devoção à Virgem de Copacabana, com prêmio ou sem prêmio”. Segundo seus fundadores, eles transmitem a todos integrantes a união, amizade, devoção e fé nas Virgens de Copacabana e Urkupiña.
Fraternidade Folclórica e Cultural Caporales Universitários San Simón SP
Fundada no dia 22 de novembro de 2007, em São Paulo, por um grupo de amigos que queriam se expressar por meio da “dança caporales”, ela se divide nos blocos: “Tropa de homens: Verdaderos Simones”, “Tropa de cholitas: Las simonitas”. Suas cores são o azul e o vermelho. Seu lema: “Sorrir, cantar y bailar .. San Simón te vá a mostrar!”
Fraternidade Diablada 10 de febrero
Fundada pelo casal Jorge Choquecallata Mollo e Julia Huarachi Arias, filhos, familiares e amigos, todos ansiosos em demonstrar a dança da “Diablada”, destaque do famoso Carnaval de Oruro, cidade que é símbolo do carnaval boliviano. A dança da Diablada consiste na interpretação da eterna luta do bem contra o mal, representada pela pugna entre o Arcanjo Miguel e a legião de diabos que tentam impor a força do mal sobre a terra. Ao mesmo tempo, é a comunhão de tradições antigas, anterior à chegada dos espanhóis, com a cultura europeia. Demonstração disso são os trajes e as impressionantes máscaras usadas pelos dançantes. 
Fraternidade Juventude Rebelde
Composta por jovens e crianças, usam trajes coloridos e espalhafatosos. A fraternidade tem por objetivo dançar para a Virgem de Copacabana e Urkupiña e o faz com muita fé e devoção.
Tinkus Wuayna lisos
Expressão “quéchua” que significa encontro, união, equilíbrio, convergência. Praticado no norte da cidade de Potosí, Tinku é o nome de brigas rituais nas quais se encontram bandos opostos onde parecem guerrear, mas na realidade trata-se de um ritual, posto que une em vez de separar. O ritual está sendo diversificado e transformando-se em dança folclórica praticada em toda Bolívia, sendo alegre e contagiante. O ritmo pulsante do Tinku e as cores vibrantes das roupas dos dançarinos, fizeram da Fraternidade Tinkus Wuayna Lisos uma das mais apreciadas pela comunidade boliviana.
Fraternidade Morenada Juventud Intocables
“Los Intocables” com o apoio de todos seus fraternos, amigos e familiares levam adiante a fé e devoção à Virgem de Copacabana e Urkupiña, bem como são entusiastas participantes das festividades em homenagem à independência da Bolívia, quando dançam a morenada.
Fraternidade Kullaguada Esmeraldas Del Vale
Devotos da Virgem de Copacabana e Urkupiña, demonstram a beleza da mulher nativa,  com a cadência de sua dança, segurando uma “kapu”. Os passos evocam o ritual das fiandeiras do passado, que, ao retornarem das grandes cerimônias, demonstravam o desfiar da lã . Esta dança tem como símbolo a “ roca”, que no idioma Aymará é “Kapu”.
Grupo Folclorico Kantuta Bolivia
É um dos grupos pioneiros de dança folclórica boliviana (fundado em 1993) e gozam do respeito da comunidade. Ele é formado por crianças, por jovens e adultos. Tem uma larga carreira de participações em eventos em São Paulo.
Grupo Folclorico K’ori Jallpas
O grupo folclórico apresenta a dança Salaque, ritmo boliviano também chamado Huayno, em quéchua. Este grupo é composto de estudantes da escola Domingos Faustino Sarmiento, do programa Escola-Família, que a cada final de semana oferece diferentes cursos e atividades de capacitação para estrangeiros, em especial a comunidade Boliviana.
Morenada Bolívia Central
Os fundadores assumiram o desafio de demonstrar a dança do Moreno e a sua cultura originaria, por meio da uniformidade, coreografia e organização. A Fraternidade optou pelo nome com o sentimento de reunir e unificar a comunidade boliviana sem distinção de classes sociais. Consideram-se herdeiros diretos da grande nação “Jaymar Aru” e almejam não só agradecer à mãe terra “Pachamama”, como  recuperar as práticas culturais que foram motivos de orgulho dos seus ancestrais. Ao mesmo tempo, desde sua fundação, a Fraternidade louva  a milagrosa Virgem de Copacabana.
Juventud chicheña
Fundando em 10 de novembro de 2007 por “fraternos” do sul da cidade de Potosí, na Bolívia, o Juventud Chicheña representa a dança tarqueada, na alegria, ritmo e cadência contagiante de instrumentos de sopro tradicionais.
Conjunto Auctoctno Jacha Sicuris de Italaque “Nuevo amenecer”
Na Bolívia, a arte de tocar instrumentos tradicionais, como “Zampoñas” e “bombos”, passa de geração a geração. Querendo preservar essa tradição em terras estrangeiras, um grupo de bolivianos criou essa fraternidade, que procura cultivar essa herança.
Cronograma do evento
Sábado – 04 de agosto
 10h20 Entrada das Virgens de Copacabana e Urkupiña com os prestes da diretoria da ACFBB e Cônsul da Bolívia
10h30 – Kullawada “Esmeralda del Valle”
11h00 – Tinkus “Grupo Folclorico Jairas – SP”
11h30 – Morenada “Fraternidad Morenada Señorial Illimani”
12h20 – Bailecito “Juventud Chicheña”
12h50 – Diablada “10 de Febrero”
13h20 – Morenada “Fraternidad Morenada Bolívia Central residentes em SP”
14h10 – Tinkus “Thinkus Wayna Lisos”
14h40 – Morenada “Fraternidad Morenada Juventud Intocables”
15h30 -  Missa Crioula celebrada pelo Pe. Mario Geremia e Ato Cívico pelos 187 anos da Independência da Bolívia
16h00 – Autoctono “Huaycheños de Corazón”
16h30 – Caporal “ Grupo Cultural Kantuta Bolivia”
17h00 – Morenada – “Nueva Revelación 2004 Los Catedraticos”
17h50 – Chacarera “ Ballet Folclórico Boliviano”
18h20 – Caporal “Fraternidad Caporales San Simon”

Domingo – 05 de agosto
 11h00 – Caporal “FraternidadeCaporales San Simón”
11h30 – Chacarera “ Ballet Folclórico Boliviano”
11h55– Morenada – “Nueva Revelación 2004 Los Catedraticos”
12h45– Caporal “Grupo Cultural Kantuta Bolivia”
13h15– Autoctono “Huaycheños de Corazon”
13h40– Morenada “Fraternidad Morenada Juventud Intocables”
14h30– Tinkus “Thinkus Wayna Lisos”
15h30 – Missa Crioula celebrada pelo Pe. Mario Geremia e Ato Cívico pelos 187 anos da Independência da Bolívia
15h25– Morenada “Fraternidad Morenada Bolivia Central residentes em SP”
16h10– Diablada “10 de Febrero”
16h45– Bailecito “Juventud Chicheña”
17h15– Morenada “Fraternidad  Morenada Señorial Illimani”
17h55 – Tinkus “Grupo Folclórico Jairas – SP”
18h20– Kullawada “Esmeralda del Valle”
 
Serviço
Eu Amo Bolívia: Fé e Cultura no mesmo coração
Dias 04 de agosto – das 10h às 19h e 05 de agosto – das 11h às 19h
Local: Praça Cívica
Entrada Franca

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Eventos e Exposições

 
Seminário: Haitianos na Amazônia: desafios e perspectivas
13 de agosto de 2012 Local: FIOCRUZ (Auditório: Canoas) - Adrianópolis - Manaus- AM
Abertura – 8.30hs
Mesa: A política Migratória no Brasil contemporâneo
Dr. Paulo Sergio de Almeida (CNIG)
Profa. Dra. Márcia Anita Sprandel (Assessora Senado)
Profa. Dra Glaucia de Oliveira Assis (UDESC)
Coordenação:  Prof Dr.Sidney Antonio da Silva (UFAM)

10hs . café
10.30hs Mesa: Os haitianos e suas Travessias: relatos de experiências
Padre Gelmino Costa (Pastoral do Migrante)
 Pastor Antonio Sérgio Cavalcante de Freitas (Ministério Internacional Filadélfia)
Marie Françoise (Representante dos Haitianos)
Ira. Santina Perin (Obra São Francisco)
Marie Katly  Vbere Fracesch (ATHAM)     
Coordenação: Profa. Dra  Katia Couto (UFAM)
12hs Almoço
14hs Mesa: A imigração haitiana na Amazônia: perfil e problemática
 Profa. Dra Ana Felisa Hurtado - (UEA/FIOCRUZ)      
 Profa. Dra Marilia Pimentel -(UNIR)
 Profa. Msc Márcia  Maria de  oliveira- (PPGSC-UFAM)
Coordenação:  Profa. Msc. Rosiane Ferreira Martins (UFAM)
16hs café
16.30 hs Mesa: Imigração haitiana no Amazonas: ações políticas e sociais
Edylene Pereira - SEMSA
Representante Polícia Federal
Ira. Patrizia Licardo - Pastoral do Migrante (Tabatinga)
Maria das Graças Soares - SEAS
Coordenação: Profa. Msc Fabiane Vinente (FIOCRUZ)
17.30hs -  lançamento do livro: Migrações na Pan-Amazônia (Sidney Silva – org).


Realização: Grupo de Estudos Migratórios na Amazônia – GEMA
Apoio: Instituto Brasil Plural – IBP
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – UFAM
Departamento de Antropologia – DAN/UFAM
Fundação Osvaldo Cruz – FIOCRUZ
Museu Amazônico - UFAM
Universidade do Estado do Amazonas – UEA
Obs. Inscrições no dia e local do evento
Certificado de 8hs, no final do evento




__._,_.___

Filmes, livros e vídeos

ALAI, América Latina en Movimiento

2012-07-27

A las puertas del Festival de Cine de Locarno

Alfombra roja para el cine latinoamericano

Sergio Ferrari


Gael García Bernal entre los invitados estelares
Apertura a la cinematografía latinoamericana comprometida
Suiza.- Aluvión cinematográfico durante once días en Suiza italiana. El Festival de Locarno a punto de inaugurar el próximo miércoles 1ro de agosto su 65ta edición, anticipa calidad artística, lluvia de estrellas y una muy significativa presencia iberoamericana.
Con la presencia confirmada del actor mexicano Gael García Bernal  introduciendo una larga lista de personalidades de talla mundial. Desde Alain Delon hasta el ex futbolista, actor y realizador Eric Cantona.  Pasando, entre otros,  por Pablo Larraín, Harry Belafonte, Arnon Milchan, Leos Carax, Abderrahmane Sisako,  Charlotte Rampling, Ornella Muti, Valeria Bruni Tedeschi...
Ibero América disputa premios
El concurso internacional que concede el “Leopardo de Oro” presentará 19 largometrajes, de los cuales 13 obras primas a nivel mundial.
De Iberaomerica llegan “Los mejores temas”, una coproducción de México/Canadá/País Bajo, del realizador mexicano Nicolás Pereda; “Polvo”, del cineasta guatemalteco Julio Hernández Cordón  coproducción de Guatemala/España/Chile/Alemania, y “A ultima vez que vi Macau”, realizada por Portugal y Francia y dirigida por João Pedro Rodrigues y João Rui Guerra Mata.
El  Concurso Cineastas del Presente, el segundo en importancia en la muestra locarnesa,  proyectará, por su parte,  dos filmes iberoamericanos: “Arraianos”, del español Eloy Enciso y “Boa sorte, meu amor”, del brasilero Daniel Aragão.
En la sección “Leopardos de Mañana”, las películas que representarán Iberoamérica son: “Feliz”, producción argentina de Achille Milone; “Los retratos”, del colombiano Iván Gaona; y las cintas portuguesas “O que arde cura”, de João Rui Gerra da Mata y “Zwazo” de Gabriel Abrantes.
Los cortometrajes “Dizem que os cães veem coisas” del brasilero Guto Parente y “O dom das lagrimas” del portugués João Nicolau animan la sección “Cortos de autores”.
Homenajes, jurados, promoción
El realizador brasilero Kléber Mendonça Filho que hace parte del Jurado de la sección de Leopardos de Mañana, presentará “O som ao redor”, una de sus últimas obras.
Locarno, el festival suizo más importante del país  –que figura entre las quince muestras más trascendentes del mundo- rinde también un homenaje al festival portugués Curtas Vila do Conde que cumple sus 20 años. Caracterizado por su cine comprometido y con quien Locarno mantiene estrechas relaciones de amistad y colaboración.
México llega con siete proyectos en proceso de realización que animarán  la sección especial “Carta Blanca” que busca promover la pos producción de obras realizadas por jóvenes cineastas.
Cine comprometido
No pasa desapercibido en la programación de la 65ta edición de Locarno la presencia de películas y realizadores iberoamericanos portadores de un fuerte compromiso sociopolítico.
La proyección de “No”  del cineasta chileno Pablo Larraín en la Plaza Grande , uno de los escenarios al aire libre más amplios del mundo - con la capacidad de reunir a más de 8 mil espectadores por noche-, ejemplifica esta tendencia.
 Compromiso que se acompaña de una marcada calidad artística, explican los principales portavoces del Festival de Locarno, un espacio ya conocido por promover, desde años, a jóvenes talentos del mañana.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Notícias

Camaronês é jogado em alto mar, após ser descoberto em navio

Fonte: Gazeta do Povo
Tripulação está em liberdade vigiada em Paranaguá, impedida de deixar a cidade. Caso é investigado pelo MPF e pela PF
Um camaronês que entrou clandestinamente em um navio de bandeira maltesa e de tripulação turca foi jogado à deriva, a 8 milhas náuticas da costa brasileira. Antes de ter sido expulso da embarcação, ele teria sido torturado e sofrido ofensas racistas. A vítima foi resgatada por um navio que vinha do Chile e trazido a Paranaguá, no litoral do Paraná. O caso é investigado peloMinistério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) da cidade.
De acordo com nota divulgada nesta quinta-feira (26) pela Procuradoria da República do Estado do Paraná (PRPR), a vítima embarcou no navio clandestinamente em Porto de Douala, em Camarões. Em depoimento, ele relatou que ficou escondido na embarcação por oito dias, até que sua água e comida se acabaram. O camaronês afirma que, assim que foi descoberto, foi agredido com tapas no rosto e chutes no peito, até desmaiar. Ele contou que um dos agressores dizia que “não gostava de preto” e que “todos eram animais”. A vítima disse ter sido mantida em uma cabine de 2 x 3 metros e que era impedido de dormir.
Após 11 dias no navio, segundo o depoimento, o camaronês teria sido expulso do navio. Os tripulantes teriam dado a ele uma lanterna e 150 euros. Ele foi obrigado a deixar a embarcação em um pallet (estrutura de madeira usada no transporte de cargas), no qual permaneceu à deriva por 11 horas, até ser resgatado por outro navio.
Buscas
Toda a tripulação do navio está em Paranaguá e em liberdade vigiada, proibida de deixar a cidade, onde permanece sob vigilância da agência marítima. Segundo a PRPR, o MPF está acompanhando as investigações diretamente, afim de garantir plenamente os direitos constitucionais, tanto da suposta vítima, quanto da tripulação sob investigação. Assim que o inquérito for concluído, o MPF verificará se oferece ou não denúncia contra a tripulação do navio.
Segundo nota da PRPR, a tripulação do navio chegou a negar que tenha havido um clandestino a bordo, entretanto, em buscas realizadas pelo MPF e autorizadas pela Justiça, foi encontrada uma fotografia que o camaronês teria escondido para comprovar que esteve na embarcação. Os promotores também constataram que a descrição de detalhes do navio feita pela vítima era compatível com as instalações.

Notícias

DF é esperança para imigrantes haitianos.
Eles deixaram um país em ruínas para refazer a vida. Sobreviventes do terremoto que devastou o miserável país caribenho, um ano e meio atrás, começam a descobrir a capital brasileira. A maioria mora no Varjão, onde tem aulas de português gratuitas, e trabalha na construção civil. Aos 43 anos e sempre sorridente, Leonor Norceide trabalha como pedreiro em um prédio em construção no Plano Piloto: grande parte do pouco que ganha, ele manda para a mulher e os quatro filhos, que ficaram no Haiti.
É preciso reconstruir muito além de edifícios após um terremoto. É necessário reerguer pessoas e as lembranças que as habitam. Vidas que resistiram ao tremor de terra registrado no Haiti, em 12 de janeiro de 2010, mudaram radicalmente após o desastre natural. Em questão de minutos, o país que já era o mais pobre das Américas se viu destroçado. Após chorar pelos mortos, percebeu-se que não havia mais comida, emprego nem perspectivas de melhorar. Não restou alternativa aos sobreviventes a não ser migrar para outros territórios. Muitos deles buscam o recomeço em Brasília.
O Brasil tornou-se um dos principais destinos dos haitianos devido à relativa proximidade e à boa receptividade do país a estrangeiros. Vinculado à Igreja Católica, o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) é um dos maiores apoiadores dos refugiados e migrantes e estima que 7 mil homens e mulheres vindos do Haiti vivam no Brasil legalmente. Desses, 23 estão em Brasília, em situação regular. Mas outros tantos — falam em centenas — estão espalhados pelo Distrito Federal à espera da legalização da documentação. Não há um número oficial justamente por causa da clandestinidade.
No caso dos 23 haitianos autorizados a morar e a trabalhar no Brasil e que escolheram o DF como destino, a maioria encontrou emprego na construção civil, por intermédio do IMDH. “A capital de um país é vista como centro de oportunidades, por isso eles vêm para Brasília, após passar por outras cidades”, explica a diretora do instituto, irmã Rosita Milesi. Quase todos moram no Varjão, onde funciona a sede da instituição. Dividem pequenos quartos alugados, muitas vezes sem banheiro ou fogão, apenas com colchonetes e cobertas, deixados para trás quando saem para trabalhar.
Dedicação e saudade
Antes das 6h, eles estão nas paradas de ônibus do Varjão. Seguem rumo a canteiros de obra dentro e fora do Plano Piloto, onde cumprem longas jornadas de trabalho. Os haitianos brigam para fazer horas extras. Qualquer dinheiro além do salário-base, de R$ 640, é mandado para a família, na terra natal. Transforma-se em alimento e remédio. Quando sobra algo, os haitianos radicados em Brasília compram cartões telefônicos para falar com os parentes na ilha da América Central. “Mas só dura dois minutos. É muito pouco, caro demais e não dá para matar a saudade”, reclama Leonor Norceide, 43 anos. Ele deixou para trás a mulher, Rosena, e os quatro filhos, de 7 a 15 anos. Trabalha como pedreiro em uma obra atrás do Conjunto Nacional. Apesar das dificuldades, está sempre com o sorriso escancarado no rosto.
Leonor veio para Brasília em busca do sustento da família há um ano. Antes do terremoto, ele trabalhava em uma fábrica de preparo de frangos, na terra natal. No dia da tragédia, estava no Cabo Haitiano, região não atingida pelo tremor. Ninguém da família dele se feriu, mas todos sofreram as consequências do desastre natural, como o desemprego e a fome. No Brasil, Leonor conheceu a saudade, mas descarta ir embora. “Gosto do Brasil porque me receberam de braços bem abertos. Aqui, todos abraçam, não sofri preconceito nem humilhação. Quando penso no Haiti, tenho vontade de ir até lá, é o meu país, mas depois quero voltar ao Brasil para continuar meu trabalho”, afirma.
Até a tragédia, Michelene Chalien, 28 anos, nascida e criada no Haiti, sabia pouco sobre o Brasil e jamais pensava em deixar o país dela. Quando a terra tremeu e levou milhares de vidas com ela, em 12 de janeiro de 2010, faltavam apenas cinco dias para a jovem concluir a faculdade de administração de empresas. Receberia o diploma e deixaria os pais orgulhosos. A mãe, comerciante, e o pai, pedreiro, não tiveram a mesma educação. Jamais tinham pisado em uma universidade e se preparavam para ver a conquista da filha.
Michelene havia acabado de chegar em casa quando sentiu o chão tremer. Teve a impressão de que a casa onde vivia com os pais e seis irmãos viraria pó. “Minha primeira reação foi correr. Meu pai ainda disse: “não corre”. Mas eu corri e ele veio logo atrás. Em poucos segundos tudo tinha acabado”, relatou Michelene. Todos da família sobreviveram. Michelene, no entanto, perdeu vários amigos e vizinhos. O terremoto levou também os anos de estudo no ensino superior. “Não tenho nenhum papel que prove a conclusão do curso. Vim às pressas para o Brasil e aqui não me aceitam como administradora”, conta.
Plano de retorno
Logo após o terremoto, quando olhou para os lados, Michelene viu Porto Príncipe, capital do país, em apenas duas cores: vermelha, o tom do sangue dos mortos, e branca, do pó que saía dos destroços. Passaram-se mais de dois anos e, desde então, não há um dia em que Michelene esqueça as cenas de horror. Ela está em Brasília há um ano. Antes disso, morou em Palmas (TO), por sete meses. “Estava no que restou da minha casa, quando um amigo me disse: “Vamos para o Brasil, é perto e vão aceitar a gente lá”. Peguei todas as minhas economias e vim”, relatou.
A haitiana trabalhou como faxineira e cozinheira, em Brasília. Agora, está em busca de novo emprego. Chora de saudades da família. Ameniza a falta de casa na companhia do também haitiano Volny Pierrelus, 35 anos, seu namorado. O casal se conheceu no Varjão. Volny também veio para o Brasil após o terremoto. Era costureiro no país de origem e agora trabalha como recepcionista, em Santa Maria. “Não gosto de viver fora do meu país. Se as coisas melhorarem quero voltar. Mas amo a natureza do Brasil e o jeito das pessoas daqui, sempre sorrindo e prontas para ajudar”, diz Volny. Apesar das barreiras, dificilmente, um haitiano será visto nas ruas, pedindo esmola. A cultura desse povo trata o trabalho como algo edificante e preza pela dignidade (…)
LEILANE MENEZES e RENATO ALVES
(Correio Braziliense – 22/07/2012)

Filmes, livros e vídeos


Veja que formidável espetáculo os músicos promoveram em uma praça de Sabadell, Espanha.                                                          
Pra quem não sabe o que é um flashmob:
Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada mas previamente combinada. Dispersam-se tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social.
9th. Symphony Coral in the street - El Canto de la Alegría en la calle


terça-feira, 24 de julho de 2012

Notícias


__._,_.___

Filmes, livros e vídeos

Vejam no link abaixo o vídeo que mostra o trabalho de um dos nossos parceiros com imigrantes refugiados.



Boa tarde segue o link que mostra o trabalho da Casa de Acolhida.
Eunice
Aux.Adm.


Eventos e Exposições


Eventos e Exposições

 


http://embaixadalatina.tumblr.com/

NOCHES DE SOL – EDIÇÃO ESPECIAL – GRAN FIESTA PÁTRIA PERUANA - 28 de JULHO!!!

É com muita alegria que NOCHES DE SOL te convida para la “GRAN FIESTA PÁTRIA PERUANA”, no Dia da Independência do Peru. Venha conhecer a rica cultura Inca e receba toda a energia do Inti, nosso Deus Sol.

Programação:
13h - Almoço Típico Peruano
17h - Show com Duo Criollo
18h - Apresentação de Danças Folclóricas
19h - Fiesta Noches de Sol
Exposição fotográfica, stand com artesanato andino e instalação de videoarte durante todo o evento.

Os 100 primeiros a chegarem no evento, ganham um Kit de brindes da marca Peru.

Muitos Sorteios!!!

APOIO: Chicken Boom, Consulado Peruano, Gioconda Café, Intihuasi, King Crab, Mais Que Nada, Marca Peru, Ormeño, Revista Nativos e TACA.

Maiores informações:
www.nochesdesol.com.br

Facebook:
http://www.facebook.com/events/424717427566384/
Rua Do Ouvidor 12Rio de Janeiro



[enviado por Camila Daniel]
 




__._,_.___
Atividade nos últimos dias:


[As opiniões veiculadas não expressam (necessariamente) a opinião dos organizadores da lista do NIEM]


Para cancelar sua assinatura desse grupo, favor enviar um e-mail para: niem_rj-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

To cancel your subscription to this group, please send an e-mail to: niem_rj-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

para enviar mensagens / to send messages: niem_rj@yahoogrupos.com.br
Conheça o Y!Encontros e passe o Dia dos Namoradosem boa companhia!

Quer conhecer gente nova e interessante? Só depende de você.

Super Oferta HP Probook 6560

.

__,_._,___

domingo, 15 de julho de 2012

Eventos e Exposições


Começa a apresentação do espectáculo "LA CUEVA DE LOS LEONES - LO PEOR DE MI (A CAVERNA DOS LEÕES – O PIOR DE MIM)" que apresenta obra dos dançarinos argentinos Fabián Gandini, Renata Ferreira e Germán Cunese dentro da Mostra SESC de Artes 2012.

No SESC Ipiranga até 26 de julho de 2012. 

Convite do SESC São Paulo.

Eventos e Exposições

A PASTORAL DO MIGRANTE SOMA FORÇA NESTE MUTIRÃO E TEREMOS DENTRO DO CEPIAL 9 MESAS TEMÁTICAS E ENTRE ELAS SOBRE MIGRAÇÕES E REFUGIO, CONFORME SEGUE ABAIXO A PROGRAMAÇÃO. MAIORES INFORMAÇÕES www.cepial.org.br
abraços
Elizete Sant'Anna de Oliveira
Pastoral dos Migrantes em Curitiba
 
 

8. MIGRAÇÕES NO CONTEXTO ATUAL: DA AUSÊNCIA DE POLÍTICAS ÀS REAIS NECESSIDADES DOS MIGRANTES 
DIA 17 DE JULHO - TERÇA-FEIRA - 9ÀS 12 HORAS
MR8.1. : Aspectos estruturais das migrações na América Latina.
EMENTA
Desde os anos 1980 verifica-se um novo perfil na circulação de pessoas no interior da America latina como para outros continentes. Um dos eixos explicativos se dá na alteração na economia urbana, nas relações de trabalho, formação e consolidação das redes sociais migratórias. Busca-se agregar uma reflexão direcionada para as novas configurações dos circuitos econômicos na América Latina, as formas de inserção do migrante no espaço laboral, as estratégias geopolíticas e as táticas sociais migratórias que se processam nos países da América Latina.
Coordenador: Gislene Santos – Universidade Federal do Paraná - (UFPR - BRASIL)
Manuel Loera de la Rosa: Departamento de Ciências Sociais da Universidade Autônoma de Ciudad Juárez – (UACJ - MÉXICO)
Maria Laura Silveira: Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET - ARGENTINA)
Sigrid Andersen: Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente Sociedade (MADE - UFPR)
Olga L. C. Firkowski - UFPR (Brasil)
Rosa Moura – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - (IPARDES - BRASIL)
Ivete Caribé: Serviço de Paz e Justiça e Casa Latino-Americana - (CASLA-SERPAJ – BRASIL)
DIA 18 DE JULHO - QUARTA- FEIRA - 9 ÀS 12 HORAS
MR8.2. A situação dos Refugiados na América Latina e a Proteção dos Direitos Humanos
EMENTA:
Análise e avaliação das condições dos refugiados no contexto atual da América Latina, com ênfase na experiência brasileira. Além das condições existenciais humanas, são abordados os aspectos jurídico-legais e das políticas públicas voltadas aos direitos do migrante.
Coordenadora: Gabriel Guelano - Agência da ONU para Refugiados – (ACNUR - BRASIL)
Rosita Milesi: Congregação das Irmãs Scalabrinianas e fundadora e diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos - (IMDH -BRASIL)
Gabriel Gualano de Godoy: Universidade Federal do Paraná - (UFPR – BRASIL)
Pe. Mario Geremia: Membro da Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos – (BRASIL)
Kasonga Nkota: Universidade Federal de Juiz de Fora – (UFJF - BRASIL)
DIA 19 DE JULHO - QUINTA FEIRA - 9 ÀS 12 HORAS
R8.3 – Migrações e interculturalidade: aspectos humanos das migrações
EMENTA:
Os aspectos culturais e humanos das migrações não merecem sua devida atenção e consideração nas abordagens feitas sobre os fenômenos migratórios. Avaliar essa situação, na perspectiva do encontro de culturas diferentes é um dos objetivos da mesa.
Coordenadora: Gislene Santos – Universidade Federal do Paraná - (UFPR - BRASIL)
Janeth Rijo - Asociación de Familiares de Migrantes del MERCOSUR - (FAMISUR –URUGUAY)
Valeria España: Rede de Apoio ao Migrante - (URUGUAY)
Wolf-Dietrich Sahr: Universidade Federal do Paraná - (UFPR - BRASIL)
Alex Munguía Salazar: Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP - MÉXICO)
Nádia Floriani: Assessoria Especial de Apoio Jurídico da CASLA e Assessoria da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais - Assembléia Legislativa do Paraná - (CASLA/ALEP - BRASIL)

sábado, 14 de julho de 2012

Filmes, vídeos e livros

Caríssim@s, boa tarde!

É com muita alegria que informo que o vídeo de nossa campanha de conscientização sobre a causa do refúgio está pronto. O link para acesso segue abaixo:


O desafio agora é dar visibilidade, divulgar o vídeo nas redes sociais, fazer com que a campanha alcance o maior número possível de pessoas, sensibilizar e conscientizar a população local acerca da problemática do refúgio em nosso país. 

Para isso, vamos precisar do apoio de todos vocês. Por favor publiquem o vídeo em suas páginas pessoais (facebook, twitter, MSN, Linkedin, enfim), enviem o link para acesso do vídeo para seus contatos pessoais, por e-mail, enfim, façamos uso de todos os meios possíveis de divulgação. Ao enviar o vídeo para teus contatos, peça para que eles reenviem para os seus contatos e que aqueles façam a mesma coisa...

Com o apoio de todos faremos desta campanha um grande sucesso!

Abraços,
 
Marcelo Haydu
Diretor Executivo
Adus | Instituto de Reintegração do Refugiado - Brasil
Phone: +55 11 7800 7511
E-mail: marcelo.haydu@adus.org.br
Skype: marcelo.haydu

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Filmes, livros e vídeos

LANÇAMENTOLivro analisa as tensões e interações interculturais
   
No contexto de globalização crescente, em que o Brasil figura entre as economias que mais crescem no mundo, o perfil das migrações envolvendo o país vem mudando. Se antes o movimento migratório caracterizava-se pela saída de pessoas, atualmente nota-se um aumento do número de estrangeiros entrando e de brasileiros retornando. Em sintonia com esse novo cenário, marcado pelas tensões que emergem do contato entre culturas, o Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais do IEA lança o livro "Diálogos Interculturais: Reflexões Interdisciplinares e Intervenções Psicossociais", editado pelo Instituto e já disponível para download gratuito.
Organizada por Sylvia Duarte Dantas, coordenadora do grupo, a obra consiste numa coletânea de 17 textos divididos em três partes. A primeira compila debates travados no seminário Diálogos Interculturais: O Que Somos e o Que Revelamos, realizado em novembro de 2010 pelo grupo e pelo Curso de Serviço Social da Unifesp. São reflexões teóricas de pesquisadores que vêm investigando as interações entre culturas a partir de diferentes disciplinas, como literatura, sociologia, psicologia e antropologia.
A segunda parte reúne estudos apresentados no seminário Orientação Intercultural: Novas Reflexões e Campos de Intervenção, que aconteceu em junho de 2007 como parte do projeto Intervenção Psicossocial no Processo de Inserção Cultural, desenvolvido no Instituto de Psicologia (IP) da USP por Dantas e pelo professor Geraldo José de Paiva. Os textos, produzidos por pesquisadores que integraram a equipe do projeto, exploram casos de orientação e atendimento de pessoas confrontadas com novas culturas.
Dois textos independentes dos seminários compõem a terceira parte da obra. Eles ilustram a interculturalidade através do relato da experiência de imigrantes no Brasil. Trata-se do depoimento de um pesquisador coreano que conta sua vivência pessoal como estrangeiro vivendo no país desde os oito anos; e de um artigo com os resultados de uma pesquisa de mestrado, orientada por Dantas, sobre a realidade de imigrantes muçulmanas na cidade de São Paulo. 

 


Sylvia Dantas: "O contato entre
culturas pode ser tanto
enriquecedor quanto endurecedor"

Notícias


Experiência internacional é decisiva para grupos dirigentes

12/07/2012
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Boa parte da elite dirigente do Brasil teve formação acadêmica no exterior. Para se estabelecerem em altos postos políticos, esses indivíduos contaram com sólidas redes institucionais de abrangência internacional, de acordo com uma pesquisa extensa que analisou a trajetória intelectual e profissional de brasileiros que buscaram formação fora do país.
Uma das principais conclusões da pesquisa foi que os membros desse grupo dirigente - que nada tem de homogêneo socialmente ou intelectualmente - , ao regressar de seu período de formação no exterior, atuam como mediadores dos processos de importação e exportação de modelos institucionais das sociedades ditas dominantes.

Iniciado em 2007, o Projeto Temático “Circulação internacional e formação dos quadros dirigentes brasileiros”, financiado pela FAPESP e coordenado por Letícia Bicalho Canedo, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), envolveu uma equipe interdisciplinar com pesquisadores de áreas como História, Antropologia, Sociologia, Educação, Direito e Ciência Política.
De acordo com Canedo, o projeto foi fundamentado no banco de dados sobre bolsistas brasileiros que foram em busca de uma formação doutoral em instituições de ponta do exterior, produzido anteriormente pela mesma equipe de pesquisadores.

Contendo informações sobre estudantes e pesquisadores que haviam estudado no exterior com auxílio da FAPESP, do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o banco de dados foi criado com apoio dos acordos Capes-Cofecub, estabelecidosentre a Capes e o  Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub). O banco de dados permitiu o estudo do fluxo de bolsistas brasileiros no exterior desde 1951.
Um dos objetivos do Projeto Temático foi reconstruir redese e alianças dos formadores de políticas públicas no Brasil dotados de competência escolar e técnica e entender como são alocados os recursos sociais e institucionais que os capacitaram a participar das práticas de negociação no mundo globalizado. Segundo Canedo, o projeto deverá contribuir para enriquecer as futuras reflexões sobre o significado da circulação e da recepção de ideias e pessoas na transformação das instituições nacionais.
“Grande parte da nossa elite dirigente passou por uma especialização internacional. Nosso objetivo era entender como esse processo se relaciona com a construção da ‘globalização’ – ou do chamado ‘projeto universalista’ – e em particular ao estabelecimento de princípios de governo ‘universalistas’”, disse Canedo à Agência FAPESP.

A partir do uso dos bancos de dados disponíveis, os diversos estudos vinculados ao Projeto Temático problematizaram a atuação dos agentes internacionais a partir do enfoque de uma Sociologia da Globalização. “A temática da globalização sempre esteve na mão dos economistas. Faltava trazê-la para a perspectiva dos historiadores, sociólogos e antropólogos”, apontou Canedo.
Além de utilizar o banco de dados formado pelos estudos anteriores, os participantes do Projeto Temático empregaram os mais variados métodos e técnicas de pesquisa – em especial entrevistas – e consultaram fontes diversas para análise qualitativa da produção intelectual e das tomadas de posição públicas dos agentes vinculados ao espaço estudado.

Devido à complexidade do tema, a equipe mobilizou uma rede de pesquisadores internacionais, incorporando durante os cinco anos de trabalho, questões, métodos de investigação e técnicas de processamento de dados de pesquisadores que atuavam em países como França, Argentina e México.

“A globalização é frequentemente entendida como um processo acabado, mas, com base nas pesquisas anteriores, achamos que se trata de um campo de poder em construção. Os consultores internacionais nos ajudaram a dar essa perspectiva, evitando tratar como um movimento único diversos fenômenos ligados à globalização”, explicou Canedo.
Estratégia internacional
A formação do discurso da globalização foi analisada a partir do estudo dos grupos dirigentes brasileiros. A hipótese central da pesquisa foi formulada a partir de um conceito de “estratégia internacional”, proposto por Yves Dezalay, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França, um dos consultores internacionais do Projeto Temático.
“O conceito de ‘estratégia internacional’ se refere à forma pela qual os indivíduos usam capital internacional — títulos universitários, conhecimento técnico, contatos, recursos, prestígio e legitimidade obtida no exterior — para construir carreiras em seus países de origem. Utilizamos um conceito capaz de levar à compreensão da maneira pela qual as diversas formas de articulação do capital internacional foram rentabilizadas no espaço nacional brasileiro ou argentino e administradas no espaço internacional", explicou Canedo.
“Conseguimos demonstrar que a dita globalização provém de indivíduos que fazem parte de redes institucionais bastante extensas e que refletem os interesses de grupos hegemônicos ao contribuir para a aceitação de regras internacionais de condução das políticas públicas”, disse Canedo.
Ao mesmo tempo, esses indivíduos ingressam em um circuito que assegura a eles um lugar de destaque na construção da chamada governança mundial. “No entanto, por se tornarem protagonistas, esses agentes nunca colocam em causa essa governança mundial”, afirmou.

Segundo Canedo, a novidade introduzida pela vasta pesquisa é que seu esforço analítico, ao relacionar as características sociais de grupos que tiveram acesso a atividades marcantes de circulação internacional - como experiências escolares - tanto com as competências e recursos adquiridos por eles durante a estadia no exterior, como com os usos que fizeram desse arsenal no plano nacional.

Os estudos realizados no Temático mostram os impactos da aquisição da formação acadêmica internacional sobre o acesso que os indivíduos têm às redes globais. "Trata-se de uma espécie de função de intermediário, que lhes permite controlar o repatriamento de jovens doutores e a importação de novos instrumentos de análise, novas problemáticas, novas alianças de governo, além de transformar o espaço de circulação internacional em posse das vias de circulação entre diferentes grupos. Com isso, controla-se a formação de novos doutores, a importação de novas temáticas e as conexões com as redes governamentais", disse Canedo.
Conhecimento científico Um dos resultados mais relevantes do Projeto Temático, segundo Canedo, consistiu em demonstrar como funciona o mercado internacional da produção de conhecimento científico. Esse trabalho terá seus resultados sintetizados no livro Estratégias educativas das elites nacionais no mundo globalizado, que deverá ser lançado em agosto.
Segundo a pesquisadora, embora já houvesse antes, na bibliografia sobre a formação das elites brasileiras, estudos sobre a ida para o exterior e a socialização dos grupos dirigentes brasileiros, o Temático contribuiu com um esforço analítico sem precedentes para articular o processo escolar e acadêmico de produção social dos experts e sua progressiva inserção nos setores públicos e privados de ponta.
“Além de dispor de muitos dados quantitativos, os estudos relacionaram as características sociais dos grupos que tiveram acesso a atividades marcantes no cenário internacional, incluindo experiência acadêmica e militância política. Os estudos analisaram as competências e os recursos adquiridos no exterior e os usos que foram feitos deles no plano internacional”, disse.
O conhecimento adquirido no exterior, segundo Canedo, frequentemente se desvincula de suas origens e é reinterpretado no Brasil. “Essa característica reforça nossa ideia de que é inconsistente uma concepção de globalização como um processo único”, disse.
 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eventos e Exposições


Eventos e Exposições


Eventos e Exposições



Um Mundo Secreto é o filme de abertura do Festival

Inédito no Brasil, o longa-metragem mexicano Um Mundo Secreto é atração de abertura do 7º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, na próxima quinta-feira, 12/07, às 21h00, no Memorial da América Latina.

Desde sua badalada première na mostra Generation do Festival de Berlim, este road movie encantou público e crítica por sua força poética, tendo acumulado premiações (como as dos festivais de Guadalajara e Toulouse). Seu enredo acompanha uma adolescente, vivida pela atriz Lucía Uribe, que parte da capital mexicana em uma épica viagem de iniciação. A obra busca retratar como pensa e sente a juventude mexicana atual, que enfrenta grande violência, instabilidade social, incertezas sobre o futuro e poucas possibilidades de trabalho.

O diretor do filme, o estreante Gabriel Mariño, estará presente na sessão.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Notícias

Carta Capital, 18/06/12:
http://www.cartacapital.com.br/internacional/pedidos-de-asilo-quintuplicaram-no-brasil-em-20


Pedidos de asilo quintuplicaram no Brasil em 2011

Gabriel Bonis

O Brasil recebeu 4,670 mil pedidos de asilo de cidadãos estrangeiros
em 2011, um número cinco vezes maior que no ano anterior, segundo o
relatório Global Trends 2011(Tendências Globais, em tradução livre) do
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), divulgado
nesta segunda-feira 18. Segundo o documento, viviam no País até o
final do último ano 4.477 mil refugiados, contra os 4.357 mil em 2010.
O aumento exponencial pode ser explicado pelo grande número de pedidos
de asilo por haitianos, em fuga do país caribenho após o terremoto que
matou mais 220 mil pessoas, em janeiro de 2010, e da precarização das
condições do país desde então. “Os haitianos solicitaram a condição de
refugiados, apesar de não se enquadrarem na definição (pessoas
forçadas a deixar o país de origem devido a conflitos, perseguições
políticas, étnicas, religiosas e violações dos direitos humanos)”,
explica Andrés Ramirez, representante do ACNUR no Brasil, em
entrevista aCartaCapital. “Eles começaram a chegar em 2010 pela
tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru e também pelo Acre.”
Após a catástrofe e o elevado fluxo de haitianos na Amazônia, o Brasil
decidiu restringir a entrada desta população no início de 2012. O
governo anunciou, no entanto, a regularização da situação de cerca de
4 mil haitianos que entraram no País. Eles receberam vistos de
trabalho com validade de cinco anos, mas foi reduzido para 100 o
número de vistos mensais emitidos pela embaixada brasileira no país
caribenho para os interessados em imigrar ao Brasil.
O governo também apontou que os haitianos não poderão entrar no País
na condição de refugiados políticos, por decisão do Conselho Nacional
para os Refugiados (Conare). O entendimento é que os haitianos deixam
o país em razão da vulnerabilidade econômica local. Mesmo assim,
Ramirez acredita que o Brasil procurou entender a situação dos
haitianos e buscou soluções inteligentes e humanitárias para o
problema. “Isso tem ajudado para que o Brasil tenha uma legislação
avançada para os refugiados e assuma a liderança regional no assunto,
com órgãos que permitem a participação desta população na sociedade
civil”, afirma. “No Brasil, o solicitante de refúgio pode tramitar com
a carteira de trabalho imediatamente, algo simples, mas básico para se
inserir no País.”
O relatório do ACNUR também mostrou que 42,5 milhões de pessoas em
todo o mundo foram forçadas a fugir ou se manter longe de suas casas
por risco de vida. O número passou dos 42 milhões pelo quinto ano
seguido. Os dados incluem 15,2 milhões de refugiados externos (pessoas
que tiveram que cruzar as fronteiras de seus países) – 10,4 milhões
sob os cuidados do ACNUR e 4,8 milhões de refugiados palestinos -,
além de 26,4 milhões de deslocados internos (dentro de suas próprias
fronteiras).

Filmes, livros e vídeos

Acaba de sair o número 38 da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana – REMHU, que inclui um dossiê sobre o tema “Conviver com o diferente”. Confira abaixo o sumário.
Para receber o volume entrar em contato no e-mail remhu@csem.org.br   

A Revista REMHU – com exceção do último volume – está disponível on-line no site: www.csem.org.br/remhu

Eventos e exposições


terça-feira, 3 de julho de 2012

Filmes, livros e vídeos

Acaba de sair o número 38 da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana – REMHU, que inclui um dossiê sobre o tema “Conviver com o diferente”. 

Para receber o volume entrar em contato no e-mail remhu@csem.org.br   

A Revista REMHU – com exceção do último volume – está disponível on-line no site: www.csem.org.br/remhu

Eventos exposições

III Curso de Direito Internacional dos Refugiados para Professores Universitários

Fonte: ACNUR Brasil

Será realizado, pelo Programa de Mestrado em Direitos Fundamentais e Democracia da UNIBRASIL, pela UFPR, pela OAB/PR e pelo Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito do Sul de Minas, o III Curso de Direito Internacional dos Refugiados para Professores Universitários, nos dias 1 a 3 de outubro de 2012 em Curitiba.
O Curso teve sua primeira edição em 2007 e a sua segunda edição em 2011 e conta com o apoio institucional do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (CARJ), da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Associção Antônio Vieira (ASAV), da Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM) e da Refugees United.
O Curso tem como objetivo a difusão e a integração do Direito Internacional dos Refugiados nas disciplinas de graduação, principalmente de Direito, Relações Internacionais e Ciências Políticas. Os participantes receberão material de apoio e certificado.
A coordenação é de Liliana Lyra Jubilut e Silvia M. O. Selmi Apolinário, e  a organização é feita pelas coordenadoras além de Larissa Ramina, Eduardo Biachi Gomes,  Tatyana Friedrich e Carol Proner.
Nesta edição o Curso será ministrado por Liliana Lyra Jubilut, doutora e mestre em Direito Internacional pela USP, LL.M. em International Legal Studies pela New York University School of LawVisiting Scholarna Columbia Law School, Ex-advogada do Centro de Acolhida para Refugiados da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e de São Paulo, Professora e Pesquisadora da FDSM, e pesquisadora sobre o tema há mais de 12 anos.
Haverá, também,  como parte do III Curso de Direito Internacional dos Refugiados para Professores Universitários, palestra proferida pelo Secretário Nacional de Justiça e Presidente do CONARE Dr. Paulo Abrão.
Serão abertas 30 vagas.
Solicita-se aos interessados que enviem email contendo: Nome, Titulação Acadêmica e Afiliação Profissional, bem como cópia do CV (Lattes) até o dia 3/8/2012, para: direitointernacionalrefugiados@hotmail.com
Obs.:
1. Mestrandos e doutorandos que atuem como monitores em disciplinas da graduação poderão se candidatar, anexando ao CV uma carta de recomendação do professor orientador.
2. Serão aceitas inscrições de defensores públicos do Estado e da União que atuem em cooperação com os órgãos de atendimento aos refugiados.
3. Serão aceitas inscrições de funcionários públicos que atuem em cooperação com os órgãos de atendimento aos refugiados.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Liliana Lyra Jubilut
Profa. Dra. Silvia Menicucci de Oliveira Selmi Apolinário
Profa. Dra. Larissa Ramina
Prof. Dr. Eduardo Biachi Gomes
Profa. Dra. Tatyana Friedrich
Prof. Dra. Carol Proner