domingo, 27 de setembro de 2015

Notícias

 Menina fura bloqueio e entrega carta sobre imigração ao papa Francisco




Uma menina de 5 anos conseguiu furar o forte esquema de segurança montado pelos Estados Unidos e entregar uma carta ao papa Francisco enquanto ele andava de papamóvel na capital do país, Washington.

Com a ajuda do pai, Raúl, a pequena Sophie Cruz ultrapassou a barreira de proteção, mas foi pega pelos seguranças do Pontífice. Contudo, no momento em que a criança era afastada do veículo, o próprio Jorge Bergoglio pediu para que a levassem até ele.
Na carta, a menina diz: "Eu e meus amigos queremos o bem, sem dar importância à cor da nossa pele. Assinado: Sophie Cruz". A mensagem também contém um desenho do Papa dando as mãos para crianças de diferentes etnias.
A pequena ativista é filha de imigrantes mexicanos clandestinos e tem origem indígena. Segundo seu pai, eles viajaram de Los Angeles a Washington apenas para pedir a Francisco que interceda para melhorar a situação dos ilegais nos Estados Unidos.

Notícias

ONU elogia Brasil por receber crianças refugiadas em escolas públicas



A Organização das Nações Unidas (ONU) elogiou o Brasil pelo acolhimento a crianças refugiadas em escolas públicas e destacou a atuação do país ao receber refugiados de regiões distantes. Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça, desde 2011, o Brasil já recebeu mais de dois mil refugiados sírios e a previsão é que esse número continue a subir.

 “Eles se unem a nós como cidadãos que estimulam o crescimento de nossa nação multiétnica e multicultural. Suas crianças são nossas crianças e têm, sim, direito à matrícula em nossas escolas públicas”, disse Alexey Dodsworth, assessor especial do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, durante sabatina na ONU, em Genebra.

A delegação brasileira, composta por representantes dos Ministérios da Educação, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Justiça e da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, foi enviada a Genebra para participar da 70ª sessão dos Direitos da Criança da ONU. O último encontro foi realizado em 2004.

Os representantes brasileiros responderam a diversas questões relativas aos direitos da criança e do adolescente. Eles explicaram a situação do país e apontaram caminhos e esforços do governo para promover melhoras.

“Vocês têm muitos desafios pela frente, terão de vencer muitos problemas, mas são nossa esperança”, disse a equatoriana Sara Oviedo, vice-presidente do Comitê dos Direitos da Criança das Nações Unidas.

A ONU vai publicar recomendações para o Brasil. Com base nelas, o País definirá ações e estratégias para melhorar a qualidade da educação oferecida a crianças e adolescentes.

Acolhimento em SP

Na escola estadual Marechal Deodoro, localizada na região central da capital paulista, o percentual de estrangeiros matriculados chega a 55%. Dos 772 estudantes matriculados no local, que tem turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, 55% vieram de outro país ou são filhos de pais que vieram recentemente para o Brasil. A maioria desses alunos estrangeiros é de bolivianos, peruanos e paraguaios, mas ainda há coreanos, argentinos e um camaronês.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Notícias

Ontem, hoje e sempre: como ajudar migrantes e refugiados no Brasil?



Em meio às notícias sobre migração e refúgio mundo afora, muitos se perguntam e buscam informações sobre como ajudar migrantes e refugiados que estão no Brasil.
Embora a cobertura da mídia seja feita de episódios que dão a impressão de que a questão da mobilidade humana no mundo “surgiu outro dia”, não é de hoje que o tema movimenta voluntários, militantes e entidades do poder público e da sociedade civil. A todo momento eles buscam – e precisam – dos mais diversos itens e suportes para manter e expandir ações de assistência, orientação e inclusão daqueles que chegam de fora.
Então, como sempre é hora de apoiar e divulgar tanto o trabalho dessas pessoas e iniciativas em geral, aqui vão algumas informações sobre como ajudar – agora e no futuro – tanto refugiados como migrantes:

Mesquitas
Além de templos islâmicos, as mesquitas são pontos de apoio importantíssimos para os migrantes e refugiados de fé muçulmana, ajudando na acolhida emergencial dos recém-chegados (tanto sírios como outras nacionalidades). Em São Paulo e na região metropolitana há pelo menos três locais que estão recolhendo doações, descritos na imagem abaixo:

mensagem

O sírio Talal Al-Tinawi, que vive no Brasil desde o fim de 2013, também tem mobilizado contatos e redes para buscar ajuda a ser repassada a refugiados. E os esforços têm rendido frutos preciosos, como as doações que já chegaram à sua casa e que serão repassados aos que mais precisam.

Doações que chegaram à casa de Talal. Crédito: Talal Al-Tinawi
Doações que chegaram à casa de Talal.
Crédito: Talal Al-Tinawi
Adus
O Adus – Instituto de Reintegração do Refugiado conta com uma série de programas e atividades desenvolvidas junto com refugiados. Para tal, a entidade sempre busca e treina voluntários que possam ajudar. Um exemplo é o Amigo Adus, que oferece cursos de português, qualificação profissional, ações culturais, entre outras ações.
O Adus fará em breve posts explicativos nas redes sociais para orientar todos que querem colaborar como voluntários. “Toda ajuda é sempre bem-vinda, mas, para organizar os voluntariados, existe uma operação interna (treinamento, horários de sala, cronograma de atividades, combinações com os refugiados…) e tudo isso exige tempo e braço”, informa a instituição.
Mais informações podem ser obtidas por meio da página do Adus no Facebook , no site ou com marcelo.haydu@adus.org.br . A sede fica na av. São João, 313 – 11º andar, no centro de São Paulo. Para doações em dinheiro devem ser usados os dados abaixo:
Instituto de Reintegração do Refugiado
Banco Itaú
Agência 1618
C/C 28655-1
Cáritas SP
A Cáritas SP, uma das referências no atendimento e orientação de refugiados em São Paulo, mantêm campanhas permanentes para arrecadar itens como leite em pó, fraldas descartáveis, produtos de higiene pessoal e de limpeza. As doações podem ser entregues na sede da organização, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h, na rua Major Diogo, 834 – Bela Vista, São Paulo (SP).
Doações em dinheiro podem ser feitas via PagSeguro ou ou pelos dados bancários abaixo:
Cáritas Arquidiocesana de São Paulo
Banco Itaú
Agência 251
Conta corrente 7001-7
CNPJ 62021308/0001-70

Campanha da Cáritas SP para doações. Crédito: Divulgação
Campanha da Cáritas SP para doações.
Crédito: Divulgação
Cáritas RJ
Além do Rio de Janeiro, a divisão fluminense da Cáritas fornece ajuda para as sedes da organização em outros 19 Estados brasileiros. Entregas de doações podem ser feita na sede da entidade, que fica na Rua São Francisco Xavier, 483, Maracanã, Rio de Janeiro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h (exceto dia 07/09, que é feriado). Informações pelo e-mail comunicacao@caritas-rj.org.br
Doações em dinheiro podem ser feitas por meio dos dados abaixo:
Banco: Bradesco
Agência: 0814
Conta corrente: 76565-1
CNPJ: 34267971/0001-14

Cáritas RJ chama a sociedade para se mobilizar pelos refugiados. Crédito: Divulgação


Cáritas RJ chama a sociedade para se mobilizar pelos refugiados.
Crédito: Divulgação
Missão Paz
A Missão Paz recebe a todos os imigrantes e refugiados, independentemente da nacionalidade. De acordo com a entidade, mães sírias tem sido atendidas pelo serviço social da organização e recebido o apoio que necessitam. Recentemente, a Missão recebeu um grande número de doações de alimentos e roupas, durante o momento de acolhida dos imigrantes haitianos. “Desta forma, aos que desejam alcançar as famílias sírias atendidas aqui na Missão Paz, orientamos que façam doações de leite em pó e fraldas descartáveis para que possamos continuar atendendo à essas mães e crianças. Agradecemos o apoio de todos”, informa a instituição por meio do Facebook.

A Missão Paz fica na rua do Glicério, 225 – Liberdade, São Paulo (SP), onde são recebidas as doações materiais. Dúvidas sobre voluntariado podem ser tiradas por meio do e-mail voluntariado@missaopaz.org
Doações em dinheiro, que serão usadas para manutenção da Casa do Migrante, podem ser feitas de acordo com os dados abaixo:
Mitra Arquidiocesana de São Paulo
Banco Bradesco
Agência 0515
C/C 037060-6
CNPJ: 63.089.825/0232-76
Outra forma muito importante de ajudar as pessoas que chegam de outros países é dar visibilidade a informações, ações e práticas (coletivas ou individuais, do poder público ou da sociedade organizada) que ajudam a quebrar estereótipos que atrapalham o entendimento sobre a mobilidade humana.
E você, conhece outra entidade ou grupo que está ajudando migrantes e refugiados? Envie os dados para blogmigramundo@gmail.com que eles serão inclusos neste post-serviço de utilidade pública.

Com informações de BBC BrasilUOL e Folha de S.Paulo

Eventos e Exposições




Convido a todos que estudam, pesquisam e escrevem sobre o tema que debatam com o MP da Bahia, UCSAL, organizações internacionais, ONG´s e imigrantes as temáticas propostas. O respeito aos Direitos Humanos e o enfrentamento do tráfico de seres humanos e outras violações no âmbito das migrações também serão discutidas, além da proteção às mulheres, público LGBT e
crianças migrantes com vários nomes do cenário nacional estarão presentes Luís Renato Vedovato, Carolina Abreu B Claro, Gabriel Gualano de Godoy, Vanessa Cavalcanti, Gina Pompeu, Márcia Marcia Teixeira, Paulo Casella, Camila Muinos,


Convido a todos que estudam, pesquisam e escrevem sobre o tema que debatam com o MP da Bahia, UCSAL, organizações internacionais, ONG´s e imigrantes as temáticas propostas. O respeito aos Direitos Humanos e o enfrentamento do tráfico de seres humanos e outras violações no âmbito das migrações também serão discutidas, além da proteção às mulheres, público LGBT e
crianças migrantes com vários nomes do cenário nacional estarão presentes Luís Renato Vedovato, Carolina Abreu B Claro, Gabriel Gualano de Godoy, Vanessa Cavalcanti, Gina Pompeu, Márcia Marcia Teixeira, Paulo Casella, Camila Muinos,

Histórias de migrantes africanos no Ceará

sábado, 5 de setembro de 2015


Africanos quebram barreiras, mudam cenário e já somam mais de 2 mil no Ceará

Entre desafios, superações e conquistas, os imigrantes da “Mama África”, mostram que vieram para contribuir com o desenvolvimento do Brasil

Com roupas de cores vibrantes, penteados cheios de estilo e um sotaque de timbre forte, os africanos já somam mais de 2 mil com residência registrada no Ceará, segundo dados da Polícia Federal. Entre desafios, superações e conquistas, os imigrantes da “Mama África” mostram que vieram para contribuir com o desenvolvimento e cultura do Brasil, e contam como tem sido viver em terras cearenses.
Escolha certa
Eveline Amado, de 21 anos, é natural de Cabo Verde, país a oeste da África, e já está no Estado há dois anos e meio. A jovem veio para o Brasil por intermédio do Programa de Convênio de Graduação (PEC-G), acordo que oferece bolsas de estudos a alunos estrangeiros. A jovem cursa Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Ceará (UFC).
/home/tribu/public html/wp content/uploads/sites/2/2015/08/unnamedDe acordo com Eveline, sua adaptação foi tranquila. Como já havia estudado português por 12 anos, a africana não teve dificuldades em se comunicar com os brasileiros. “Escolhi o Nordeste também pelo clima ser parecido com o que eu estava acostumada”. Ela conta que, no início, ficou um pouco assustada apenas com a quantidade de pessoas que circulam nas ruas. “É muita gente”, ri.
“Algumas pessoas costumam estranhar nossa cor. Nunca alguém falou algo preconceituoso comigo, mas já me aconteceu várias vezes entrar em lojas e os seguranças ficarem seguindo meus passos, ou quando entro no ônibus. Todos ficam te vendo como se você fosse um extraterrestre”, lamenta. Contratempos a parte, Eveline elogia o turismo local. “Percebo que aqui tem muitas potencialidades que ainda são pouco exploradas”, opina.
Para o futuro, a jovem pretende, ao terminar a graduação, se especializar em sua área e estabilizar sua vida profissional no Estado. “O mercado de trabalho e a profissão de arquiteto aqui são mais amplos e valorizados do que em meu país”, explica.
Quebrando barreiras
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Andy é casado com uma brasileira e formado pela UFC em Publicidade e Propaganda. (FOTO:Arquivo pessoal)
Conterrâneo de Eveline, o africano Andy Monroy, de 26 anos, chegou ao Ceará com 18 com um único propósito: estudar. Casado com uma brasileira e formado pela UFC em Publicidade e Propaganda, o africano também fez parte do programa de intercâmbio PEC-G e atua  como designer gráfico.
Se adaptar ao Ceará foi fácil, segundo Andy.”Falamos português em Cabo Verde. Hoje falo mais gírias do que um monte [sic] de cearense por aí”, brinca. Porém, se estabilizar na cidade não foi de todo tranquilo. O preconceito por ser negro e estrangeiro apareceu para ele nos primeiros dois meses morando em Fortaleza. “O racismo é diário”, revela.
“Chegando da faculdade, desci do ônibus em direção ao prédio onde morava, na Varjota. Uma mulher que morava no mesmo condomínio que eu se assustou quando me aproximei do portão, abriu a porta rapidamente e fechou, se sentindo segura (pensei). Não pensei que fosse comigo. Abri a porta calmamente e fui em direção ao elevador. Ela, não sabia se olhava para o chão ou para o céu, absorta na sua ignorância. Com o passar do tempo vi que o racismo seria algo desafiador. E foi”, relata.
A cena musical da cidade é o maior atrativo para o designer, que diz sempre estar em apresentações no Centro Cultural Dragão do Mar e Praia de Iracema. “E o Benfica, bairro do meu coração”, completa. O africano fez parte ainda de um documentário que trata a questão do racismo na cidade de Fortaleza sob a ótica de quatro imigrantes africanos.
Superando limites
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Embora Gino Pereira goste do novo lar, e pretenda concluir seus estudos no País, ele lamenta o preconceito que sofre junto com seus conterrâneos. (FOTO: Arquivo pessoal)
Há cerca de cinco anos, a facilidade de aprender o idioma e o custo de vida foram os atrativos que Gino Pereira, da Guiné- Bissau, localizado na costa ocidental da África, encontrou para vir morar no Ceará.
Gino conta que a maior dificuldade que teve ao vir para o Estado foi conseguir uma moradia. “É muita burocracia só pra alugar uma casa”, diz. Após a estabilização, ele assegura que fez muitas amizades.”Sou muito querido pelos meus vizinhos”, pontua.
O litoral do Ceará é o que ele mais aprecia e o compara com o de seu país. “Ambas são lindas”, observa. A panelada, iguaria típica do Nordeste, até gora está sendo o prato preferido de Gino. “É muito bom”, elogia.
Embora o africano goste do novo lar e pretenda concluir seus estudos no País, ele lamenta o preconceito que sofre junto com seus conterrâneos. “Às vezes, alguns cearenses nos olham com jeito de desconfiança, desconforto. Nós não viemos pedir favor, mas contribuir com o estado. Eu, por exemplo, estou desenvolvendo uma pesquisa aqui no Ceará que poderá beneficiar o povo brasileiro, e não povo do meu país, mas me sinto bem por estar dando essa contribuição para cá. Recentemente, fui representar os universitários cearenses num programa de estudos da ONU em Genebra, Suiça. Entre 70 estudantes do mundo inteiro, fui o único selecionado aqui no Ceará”, esclarece.
O africano é graduado em Processos Gerenciais, especialista em Gás e Petroleo, Auditória e Finanças, e mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFC, Gino é ainda o atual presidente da Associação dos Estudantes Africanos no Ceará, (AEAC).
Conquistas
Criada em 2009, a AEAC tem como propósito defender o direito de estudantes africanos nas faculdades e universidades do Estado, quando estes forem lesados. “Na associação são realizados encontros acadêmicos, congressos, seminários, atividades culturais entre outras coisas. Já temos 1,205 associados e nossa maior conquista foi conseguir a autorização de renovação de visto de mais 200 estudantes que estavam irregular”, explica Gino.
África em números no Ceará
De acordo com Polícia Federal, 2.167 africanos possuem registro de residência no Ceará, oriundos da Angola, Cabo Verde, Congo, Gana, Moçambique, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, São Tomé e Príncipe, e Guiné-Bissau, este último com maior número de imigrantes, 1.116.  Ainda segundo a PF, entre 2010 e 2014, 3.721 estudantes africanos foram recepcionados pela imigração cearense.
A Universidade Federal do Ceará informa que, atualmente, a instituição conta com 140 estudantes africanos. A metade deles conta com apoio financeiro do Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (Promisaes), do Ministério da Educação.
Já a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, (Unilab), que tem seu campus na cidade de Redenção,  a 59 quilômetros de Fortaleza, é pioneira no Estado na integração entre os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os africanos. Atualmente, a instituição conta com 550 alunos matriculados, oriundos do continente.