domingo, 28 de abril de 2013

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PADRE MARIO QUER AJUDAR OS IMIGRANTES NO RJ

A Paróquia Santa Cecília, localizada no bairro de Botafogo no Rio de Janeiro, realiza há mais de 12 anos um trabalho junto aos imigrantes. Acolhimento, alimentação, transporte e celebrações são alguns das atividades realizadas.
Este contato revelou a importância de um trabalho mais específico e contínuo com os migrantes que chegam à capital fluminense. O escolhido para realizar esta atividade é o Padre Mario.
Desde seminarista, Pe Mario, já realizava atividades laborais junto aos imigrantes. Já trabalhou com a comunidade portuguesa no Canadá, com os imigrantes na periferia de Curitiba e Buenos Aires, com a comunidade latino-americana em São Paulo e com os imigrantes centro e sul americanos na Guatemala. “Assim, meu trabalho sempre esteve ligado aos imigrantes”, afirma ele.
O motivo que o levou a trabalhar com esta causa foi a sua origem Scalabriniana, cuja vocação é trabalhar com os imigrantes e itinerantes. No entanto, é a vontade de promover a igualdade entre as pessoas e conceder uma vida mais justa e humana a essas pessoas que manteve Padre Mario nesta empreitada. Segundo ele, “são pequenos gestos que podem ajudar a Cidade inteira” e, neste caso, o mundo.
Este longo ofício – no total são 34 anos de atividade – o ajudou a traçar o trabalho que realizará na Paróquia Santa Cecília.
O projeto será baseado em quatro dimensões. A primeira diz respeito à acolhida e assistência: “quando a pessoa chega, a gente tem que saber o que ela quer, então, vamos escutar”, nos conta ele. A segunda dimensão é a cultura. Neste ponto há um trabalho de manutenção e fortalecimento da identidade do migrante e, ao mesmo tempo, todo um exercício para promover a integração entre eles. A terceira refere-se à fé. Segundo a sua visão sacerdotal, a fé é uma questão muito importante para o imigrante e todos possuem uma. Longe de algum tipo de sectarismo ou fanatismo como, infelizmente, se vê cada vez mais no cenário nacional, Padre Mario, realiza celebrações ecumênicas e inter-religiosas. Por fim, a quarta dimensão trata-se da incidência política.
Para ele, esta última dimensão é de suma importância, pois realiza-se um trabalho de cidadania e defesa aos direitos humanos junto a essas pessoas. E esta defesa aos direitos humanos de todo e qualquer cidadão é o motivo que leva os missionários scalabrinianos a trabalharem junto ao Governo e Organismos Internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), para promoverem melhoras no quadro migratório e tentar mudar a lei de imigração do Brasil, a qual, segundo ele, é bastante precária.  “Nós queremos uma lei mais humana”, afirma.
Outro ponto defendido por Padre Mario é a criação de políticas públicas destinadas à imigração. Segundo ele, possuímos apenas leis voltadas para esta temática e não medidas sociais e econômicas. No caso da imigração haitiana para o Brasil, por exemplo, essa insuficiência governamental foi evidenciada. Inúmeras pessoas entraram no país e receberam apenas documentos como ajuda. Moradia, alimentação e trabalho não estavam previstos.
Para o padre, é de máxima importância que a sociedade seja implicada nesse processo de ajuda e apoio aos imigrantes. Há de ter sensibilidade, compaixão e acolhimento por parte de nossa sociedade para com os recém-chegados ao país. Não devemos lhes negar um lugar de bem-estar e realização nos 8.514.876,599 km² que constituem o território nacional. Por isso, a união entre da sociedade civil, Estado e Instituições religiosas a favor da causa ou questão migratória é importante para lutarmos por um panorama de vida mais digna e justa para essas pessoas. Um pequeno ato, mas com grandes mudanças.
Iamê Barata

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