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(atualizado 22/Fev 11h40)
SITE DESENVOLVIDO POR ALEMÃS DESMENTE RUMORES SOBRE IMIGRANTES NA REDE
Site mapeia e desmente boatos sobre ações atribuídas a imigrantes
- João Paulo Charleaux
(atualizado 22/Fev 11h40)
Dupla alemã de Leipizig confronta notícias da imprensa com documentos policiais e informações das autoridades para mostrar erros, exageros e mentiras deliberadas na crise de refugiados na Europa
FOTO: DIVULGAÇÃO/HOAX MAP
SITE DESENVOLVIDO POR ALEMÃS DESMENTE RUMORES SOBRE IMIGRANTES NA REDE
Só em 2015, a Alemanha recebeu mais de 1 milhão de pedidos de refúgio. Com a onda de imigração,
cresceu também uma onda de boatos. Notícias de jornais amplificadas nas
redes sociais atribuíam aos recém chegados crimes graves e
comportamentos bizarros. Os rumores alimentaram campanhas nacionalistas e
aumentaram o rechaço aos imigrantes.
Indignados
com o alcance desses boatos e com o estrago provocado por eles, uma
dupla da cidade alemã de Leipizig decidiu, nas horas vagas, recolher os
casos e checá-los, para saber o que há de verdade em cada um deles.
Karolin Schwarz, de 30 anos, e Lutz Helm, de 35, lançaram o site Hoax Map (mapa de boatos) no dia 9 de fevereiro de 2016.
A
plataforma é simples - apenas aponta sobre um mapa interativo do Google
o local da ocorrência e, sobre ele, abre um balão com o rumor, o
desmentido e os respectivos links. No dia seguinte à estreia, eles dizem
ter recebido mais de mil e-mails e tuítes denunciado falsas notícias.
Em apenas três dias, 44 acusações de assédio sexual atribuídas a
imigrantes foram desmentidas.
De imprecisões a acusações grotescas#
FOTO: FABRIZIO BENSCH/REUTERS - 11.01.2016
‘ISLÂMICOS NÃO SÃO BEM VINDOS’, DIZ CARTAZ DE MANIFESTANTES ALEMÃES EM LEIPZIG
Um
dos casos apurados é o de uma menina de 13 anos que, ao chegar em casa
com ferimentos no rosto, depois de ter passado 30 horas sem fazer
contato com a família, disse ter sido raptada e violentadasexualmente
por um grupo de imigrantes em Berlim. A própria menina acabou
desmentindo a história mais tarde, mas sem a mesma repercussão que a
denúncia original alcançou nas redes.
Além dos casos mais sérios, há também episódios que associam imigrantes a comportamentos bizarros e
práticas excêntricas, como a falsa história de um cidadão muçulmano que
lançou um vaso sanitário pela janela só porque um infiel havia usado o
assento antes dele, ou a história sobre um grupo de refugiados que
roubou, assou e comeu um cavalo inteiro em Heidelberg, cidade de 142 mil
habitantes no sudoeste da Alemanha.
Há
ainda episódios que ridicularizam refugiados, como o falso caso de um
africano que cobrou da Prefeitura de Prien am Chiemsee 720 euros para
ressarcir um alongamento capilar feito por razões religiosas. Ou
relatos que revelariam um falso conflito de valores, como as acusações
de que imigrantes urinaram sobre lápides de um cemitério cristão.
A
maior parte dos casos, entretanto, diz respeito a distorções sobre
valores pagos em programas de assistência social, falsas denúncias de
roubo e furto no comércio, rumores de que refugiados recebem telefones
celulares gratuitos de prefeituras locais e outras narrativas
distorcidas ou sem contexto.
Assédio sexual no Ano Novo#
FOTO: WALFGANG RATTAY/REUTERS - 10.01.2016
POLÍCIA ALEMÃ PRENDE MILITANTE NACIONALISTA EM PROTESTO CONTRA IMIGRAÇÃO
Uma
das situações de maior repercussão ocorreu na virada do ano, quando a
polícia da cidade alemã de Colônia disse ter recebido 1.054 queixas
relacionadas a ataques cometidos por pessoas com aparência do “Norte da
África ou árabe”. Do total de queixas, 600 estavam ligadas a assédio
sexual.
Os
episódios foram usados por críticos da política migratória alemã como
uma prova de que refugiados árabes eram essencialmente inadaptados, por
razões culturais e religiosas. Os crimes coincidiram com o aumento da
entrada de refugiados sírios na Alemanha. Em setembro, chegaram em média
1.300 sírios por dia, pela fronteira com a Áustria.
Porém, os inquéritos revelaram mais tarde que
apenas 3 dos 58 homens detidos sob suspeita de relação com os episódios
eram refugiados do Iraque e da Síria. O restante era de 25 argelinos, 3
tunisianos e 21 marroquinos, além de 3 cidadãos alemães.
Veículos tradicionais, como o jornal americano “The New York Times”
publicaram as denúncias na época com precaução: “Ainda não está claro
se algum dos homens envolvidos estavam entre os que chegaram à Alemanha
no último ano, [fugindo] de conflitos na Síria, no Iraque, no
Afeganistão e em outros lugares”. Outras publicações, no entanto, deram
destaque às acusações das vítimas, sem fazer ressalvas.
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Enviado por: "niem.migr" <NIEM.migr@gmail.com>
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