quinta-feira, 14 de julho de 2016

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http://m.jb.com.br/internacional/noticias/2016/07/12/do-trabalho-pesado-ao-futebol-europa-discrimina-mas-precisa-dos-imigrantes/

Do trabalho pesado ao futebol: Europa discrimina, mas precisa dos imigrantes

Título de Portugal na Europa pós-Brexit contou com gol de jogador de Guiné-Bissau

Pamela Mascarenhas, Jornal do Brasil
12/07 às 16h56 - Atualizada em 12/07 às 17h54
O título da Eurocopa 2016 conquistado por Portugal neste final de semana, com uma equipe formada em grande parte por imigrantes, ajudou a reforçar o debate sobre a relação destes com os europeus, e mesmo sobre a legitimidade do espírito nacionalista que envolve essas conquistas esportivas. O futebol português tem uma grande dívida com imigrantes e ex-colonizados. O moçambicano Eusébio, por exemplo, foi o grande líder da seleção portuguesa que conseguiu chegar à semifinal da Copa do Mundo em 1966, contra a Inglaterra.
Quando Cristiano Ronaldo, nascido na portuguesa Madeira, dedicou a vitória deste domingo (10) aos portugueses e imigrantes, seu discurso se alinhou ao debate fortalecido depois que o colega Éder, nascido na ex-colônia Guiné-Bissau, na África, fez o gol da vitória contra uma França também amparada por Pogba, filho de um casal de Guiné. Dos 23 campeões portugueses, nove nasceram em outros países. Além de Guiné-Bissau, há atletas de Cabo Verde, Angola e até França, Alemanha e Brasil.
Éder, herói de Portugal, nasceu na ÁfricaÉder, herói de Portugal, nasceu na África
Portugal tem uma relação histórica específica com imigrantes, mas a dependência da mão de obra destes se assemelha à vista em outros países europeus -- o que não é diferente em relação ao futebol. O vínculo sempre esteve ali ao longo das últimas décadas, mas nunca garantiu que tal necessidade impedisse que um sentimento de repulsa viesse junto. Apenas no final de semana após a aprovação do Brexit, o Reino Unido registrou mais de cem casos de xenofobia, de acordo com o jornal Independent, entre insultos e crimes de ódio.
"A Europa tem uma rejeição, um racismo, mas ao mesmo tempo precisa dos imigrantes, que têm um papel muito importante no continente, principalmente os das ex-colônias. Esses países, Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, eles hoje em dia são obrigados a receber imigrantes, em parte porque alguns têm direito, mas muitos também porque a Europa precisa desse trabalho. O fato de serem esportistas profissionais facilita que eles obtenham o visto", destaca Helion Póvoa Neto, professor do IPPUR-UFRJ, onde coordena o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios [NIEM].
Póvoa Neto explica que "os imigrantes são discriminados, mas necessários". Eles atendem às necessidades do mercado de trabalho europeu, principalmente em relação às funções que oferecem os piores salários e menor prestígio. Por outro lado, surgem espaços para exceções como as vistas no futebol e na música, e imigrantes se tornam ídolos entre demais imigrantes e descendentes de imigrantes, mas também entre os europeus. 
Em muitos países da Europa, a taxa de mortalidade é superior à natalidade. Trata-se de um continente em processo de envelhecimento, ressalta Póvoa Neto. Existe uma necessidade de trabalhadores jovens, e os imigrantes atendem a isso. 
De acordo com Póvoa Neto, Portugal conta com muitos imigrantes de ex-colônias na África -- Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique. Nos anos 1960, com muitos portugueses emigrando do país, Portugal precisou trazer imigrantes para fazer o trabalho pesado. Os primeiros foram principalmente cabo-verdianos e guineenses.   
"Portugal não era um país de imigrantes, mas principalmente de emigrantes. Mandava muitas pessoas para o Brasil, Venezuela, Canadá Estados Unidos, e também para outros países na Europa, como França, Alemanha, Suíça", explica o professor. 
Os primeiros imigrantes que Portugal recebeu vieram justamente de Cabo Verde e Guiné-Bissau. Quando acabou a ditadura, em 1975, com a Revolução dos Cravos, as colônias ficaram livres e Portugal começou a receber os portugueses brancos retornados -- alguns tinham nascido em Portugal mas muitos eram das colônias. As antigas colônias ficaram independentes, o que facilitou acordos para a entrada da população desses países. 
Ao mesmo tempo, pessoas negras que eram das colônias --  Cabo Verde e Guiné-Bissau e também Angola e Moçambique -- foram se integrando. Têm direitos, mas são muito discriminados, situação parecida com a dos negros no Brasil. "No futebol, muitos jogadores têm origem nessas ex-colônias. Assim como Portugal precisava de mão de obra na construção civil e no comércio, também precisava muito no futebol, o que não é uma exclusividade de Portugal. Vários países europeus seguem este mesmo exemplo, como a própria França", disse o professor. Grande parte dos jogadores da seleção francesa - que disputou a final com Portugal - é descendente de africanos e árabes, assim como o maior jogador francês da história, Zinedine Zidane, que era argelino. "A Holanda também tem muitos jogadores das ex-colônias, assim como a Bélgica", acrescentou o professor.

sábado, 2 de julho de 2016

Eventos e Exposições

O VII Fórum Social Mundial das Migrações vem chegando! Para participar faça a sua inscrição através do site: http://www.fsmm2016.org/index.php/pt-br/inscripcoes/inscricao-participante

Apesar de este ser o evento oficial do Fórum, pretendemos mais do que tudo que este seja um lugar em que os participantes ativos do VII Fórum Social Mundial das Migrações colocam as suas questões, divulgam suas atividades e centralizam informações para que todos estejam a par do que vai acontecer neste grande momento de reflexão e ação da cidade e dos migrantes. 

Dada a extensão da programação, este evento de facebook servirá como uma espécie de mapa em que cada movimento, organização, coletivo e participante ativo se auto-localiza.

Pedimos a todos os partipantes ativos do Fórum que usem livremente do espaço de discussão do evento para divulgar suas atividades.

Mais informações sobre o Fórum aqui: www.fsmm2016.org

O QUE É O VII FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DAS MIGRAÇÕES?

Com o tema: “Migrantes construindo alternativas frente à desordem e a crise global do capital", o VII Fórum Social Mundial das Migrações será realizado em São Paulo do dia 7 a 10 de julho de 2016. O evento é um espaço aberto, plural, e diversificado, a fim de propor ações concretas para melhorar e discutir as condições migratórias da atualidade.

Não vinculado a partidos e governos, o fórum tem como objetivo o debate sobre os direitos dos migrantes, refugiados ou pessoas em busca de refúgio. É uma plataforma mundial para o diálogo aberto e democrático, a reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e a articulação de planos de ação que envolve movimentos sociais, sindicatos, ONGs e outras organizações. Por isso, o fórum será também um lugar da resistência contra o momento de recrudescimento do fascismo e da xenofobia no Brasil, com consequências diretas na vida dos migrantes.

A capital paulista foi escolhida como sede por ser a primeira cidade da América Latina a criar políticas públicas específicas para migrantes e ser um dos principais eixos de migração no continente americano. O fórum está alicerçado a 6 eixos temáticos e contará com várias dezenas de atividades políticas e culturais que procurarão ser um caleidoscópio das migrações no mundo, na América Latina e em São Paulo.

O Fórum significa um reconhecimento à luta de muitos anos das forças sociais na cidade, sobretudo dos imigrantes que vão assumindo cada vez mais protagonismo. 

Os participantes também podem propor atividades para serem apresentadas nos dias do evento, tais como: palestras, seminários, minicursos, rodas de conversas, oficinas e outras formas de expressão sempre relacionadas aos eixos temáticos e ainda podem se inscrever para ser hóspedes solidários dos migrantes que acorreram ao fórum. 

A origem do fórum tem os antecedentes alicerçados em 2005, em Porto Alegre, com a primeira edição do evento. O encontro foi organizado por iniciativas de movimentos sociais, ONG's, sociedade civil, ativistas, acadêmicos, pastorais e outros grupos. Após os debates, emergiu a questão migratória. Nasce então o FSMM, que em 2016 será realizado na capital paulista. O fórum tem contabilizado cinco edições: Rivas-Vaciamadrid, Espanha (2006 e 2008), Quito, Equador (2010), Manila, Filipinas (2012) e Johannesburgo, África do Sul (2014).

https://www.facebook.com/events/877915832320240/
Página do evento:

http://fsmm2016.org/index.php/pt-br/apresentacao


Programação geral:


Programação de atividades gestionadas:

http://fsmm2016.org/images/Documentos/Doc_Portugues/atividades_autogestionadas_VII_FSMM_So_Paulo_2016.pdf