terça-feira, 8 de novembro de 2016

Eventos e Exposições


Eventos e Exposições




Qual é a programação?

O GAIRE – Grupo de Assessoria a Imigrantes e a Refugiados promove este encontro para debater com a comunidade sobre as condições de vida e saúde encontradas por imigrantes e refugiados no Brasil.
A participação das mesas foi pensada para que representantes da comunidade e da rede de saúde e assistência social possam dialogar sobre o trabalho possível e as condições em que é realizado para a promoção de saúde da população.
Serão contextualizadas e expostas algumas práticas de intervenção realizadas por profissionais e estudantes com as comunidades de migrantes, com o objetivo de mapear práticas de cuidado psicossocial, fazer circular boas práticas e identificar alternativas viáveis para o acolhimento.
O evento é gratuito e aberto à toda a comunidade. Todos os participantes estão convidados a apresentar suas vivências nos grupos de trabalho e a contribuir para a construção do conhecimento
Palestrantes confirmados:
Ana Carolina Campos Gebrim
Daniel Granada
Aline Souza Martins
Renel Simon
Inscrições: https://goo.gl/forms/LN6b55yhnKDpm2m42
Dúvidas e informações: inscricaogaire@gmail.com

Quando?

12 de Novembro de 2016, Sábado, às 09:00h

Onde?

FPERGS
SEDE FPERGS. Rua Miguel Teixeira, 86 - Cidade Baixa
90050-250 Porto Alegre

Organizador

Gianluca Serrano, Porto Alegre

domingo, 6 de novembro de 2016

Notícias


Imigrantes trazem novidades gastronômicas e culturais a São Paulo; veja guia



O aroma de banana frita ("fritay") e arroz national (com feijão e pimenta) se espalhava pelo galpão da Vila Itororó, no Bixiga. Era o Festival da Cultura do Haiti, organizado pela Usih (União Social dos Imigrantes Haitianos) no final de agosto.
Os brasileiros faziam fila para experimentar os sabores do país caribenho, enquanto, perto do palco, o som do rabòday -estilo que é estigmatizado no Haiti como o funk no Brasil, "mas quando toca ninguém fica parado"- agitava os haitianos entre uma apresentação musical e outra. O som do ritmo caribenho compas da Satellite Musique fechou a noite.
Entre 2010 e 2015, o número de concessões de refúgio no Brasil cresceu 127%, e as solicitações multiplicaram-se por 30, segundo dados da Polícia Federal. São migrantes de países que passaram por crises geradas por desastres naturais, caso do Haiti, ou guerras, como a Síria.
Agora, parte dessa população que se estabeleceu em São Paulo está ajudando a renovar a já multicultural cena paulistana, trazendo novidades artísticas e gastronômicas para a metrópole.
"Eventos culturais são importantes para a integração dos migrantes. Não queremos viver no gueto dos refugiados", afirma o congolês Pitchou Luambo, 35. Ele inaugurou uma tenda de comida no foodpark Quintal de Casa, no Itaim Bibi, no início de agosto.
Além de listar pratos como o ngombe (nhoque de banana da terra ao molho de shimeji), o cardápio do restaurante conta um pouco da história da República Democrática do Congo, no centro do continente africano.
"Apresento minha comida e minha história. Ninguém aqui sabe o que é o Congo, e a discriminação vem desse desconhecimento", diz Luambo sobre o país, antes conhecido como Zaire.
Desde 2014, ele compõe o Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto (Grist). Por meio dele e junto a outros coletivos, promove eventos culturais para dar visibilidade e integrar refugiados, como o Festival do Dia do Refugiado, que ocorreu em junho.
"A ideia é compartilhar nossa cultura, não só se vitimizar", afirma.
Outro polo da integração entre os brasileiros e imigrantes em São Paulo é o Al Janiah, no centro. O bar, aberto por refugiados e militantes da causa palestina, virou palco de discussão política -e não apenas sobre a situação do Oriente Médio.
No dia em que a casa sediou um debate sobre a situação política de Angola, numa sexta-feira à noite, a calçada estava apinhada de gente, e teve até quem se sentasse no chão do pequeno imóvel.
A conversa era regada a shawarmas e Palestina Libre, o drink da casa, que mistura arak (destilado árabe), cachaça, limão, pimenta vermelha e zaatar verde. O canudo preto completa a paleta de cores da bandeira palestina.
"Nosso objetivo aqui é mostrar que existem questões políticas para o refúgio, sem vitimização dos refugiados. E que cada país tem sua realidade específica", explica Hasan Zarif, um dos sócios do Al Janiah, ecoando parte do discurso de Luambo.
Os empreendimentos dos novos imigrantes são viabilizados de formas diversas, mas sempre com muita força de vontade.
Quem trabalha com comida geralmente começa vendendo quitutes por encomenda e em eventos até juntar dinheiro para o próprio negócio, a exemplo do imigrante congolês.
Já a União Social dos Imigrantes Haitianos (Usih) tenta reformar sua sede, um sobrado bastante velho no Glicério, por meio de uma vaquinha virtual.
A ideia é que, além de organizar shows e debates, a sede sirva como novo ponto de referência para a comunidade haitiana na cidade, com orientação jurídica para os recém-chegados, aulas de português e de preparação para o Enem.
O maior "case de sucesso" imigrante em termos financeiros foi o restaurante Talal Culinária Síria, do sírio Talal al-Tinawi, que abriu as portas em abril após uma campanha bem-sucedida de financiamento coletivo -sua meta inicial era R$ 60 mil, e ele arrecadou R$ 14 mil adicionais.
"Dizem que o brasileiro não gosta de ajudar, mas não foi o que vivi. Mais de 800 pessoas contribuíram, a maioria desconhecida", diz Talal.
Feiras e bazares são oportunidades para outros, como Renee Ross-Londja, 44, da Guiana Francesa. Quando não ocorrem, ela leva seu artesanato com tecidos africanos -comprados de imigrantes que montam barracas ao lado da estação República do metrô- à avenida Paulista, aos domingos.
"Não é fácil. Meu marido é congolês e tem diploma, mas, pela dificuldade em revalidar aqui, tivemos que empreender. Ainda assim aqui é bom, posso simplesmente ir à rua e vender o que faço", afirma.
A música é outro ponto de contato entre as culturas imigrantes em São Paulo. Foi por meio dela que o trio de rap haitiano Surprise69 fez parcerias com artistas brasileiros para a gravação de seu primeiro álbum "Ayisyen Kila (Os Haitianos Estão Aqui)", disponibilizado no Spotify em agosto.
As letras do grupo tratam de temas como o racismo e a desigualdade social, em letras que misturam o creóle, francês, inglês, espanhol e português.
Os Escolhidos, diferentemente do Suprise69, juntaram-se já em São Paulo. Os oito músicos, da Angola e República Democrática do Congo, frequentavam a mesma igreja na zona leste da cidade, a KCC. Eles planejam gravar um single com suas composições de rumba congolesa ainda neste ano.
Para quem se interessou em conhecer estes e outros negócios criados por imigrantes na cidade, a sãopaulo criou um guia, que pode ser conferido a seguir.
*
ÁFRICA
Congo
Congolinária
Da cozinha de Luambo Pitchou saem quitutes como o sambusa, um salgado que pode ser recheado com berinjela, cogumelos, abobrinha ou tomate, e o fufu, espécie de polenta. De sobremesa, há o omomba, um doce de biomassa de banana da terra e pasta de amendoim. Notou a ausência de carne? Todos os pratos do restaurante são veganos, como é comum na culinária de alguns países africanos. Para arrematar, peça um Tangawasi, que pode vir como suco ou como drinque e, segundo Luambo, tem propriedades afrodisíacas.
Food park O Quintal de Casa. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 484, Itaim Bibi. facebook.com/congolinaria.
Congo
Renabes Artes
A imigrante Renee Ross-Londja nasceu e cresceu na Guiana Francesa, mas, como descendente de congoleses e casada com um, sempre teve uma identificação muito forte com essa cultura. O principal produto de seu artesanato é a abayomi, bonecas negras cujas roupinhas são feitas com retalhos de tecidos africanos —em SP, vendidos próximo à estação República. Quando não está em algum evento de artesanato, Renee vende seus produtos —falando pouco português, mas com um largo sorriso— na av. Paulista, ao lado da estação Trianon-Masp, aos domingos.
facebook.com/renabega
Congo
Os Escolhidos
A banda tem oito músicos e toca ritmos africanos como aguaya e a rumba congolesa. Os integrantes se conheceram na igreja KCC, em Arthur Alvim, na zona leste, o que se reflete nas letras de temas religiosos. As canções são escritas em inglês, francês e dialetos africanos. A banda planeja lançar um álbum com suas composições ainda neste ano.
Congo
Lfcab
No quintal de sua casa, na Vila Matilde, o refugiado Omana Petench dá aulas de francês, inglês e das línguas africanas suaíli, lingala e fon. Também ensina sobre a culinária, cultura e geopolítica africana. Ex-professor universitário e ativista de direitos humanos em seu país, passou a ser perseguido, fugiu para o Brasil e ficou três anos e meio longe da mulher e filhos, que só chegaram a São Paulo neste ano. Agora, tenta viabilizar um centro cultural para crianças refugiadas por meio de financiamento coletivo e eventos. No dia 12, promove um almoço típico congolês com palestra, cujas verbas serão revertidas para o projeto.
Rua Gregório Souza, 128, Vila Dalila. site: lfcab.org.
Tarde gastronômica e palestra "África, suas riquezas e problemas". Sáb. (12): 11h30 às 15h. R. General Jardim, 660, Vila Buarque. Preço: R$ 100. tel. 95893-3278
Marrocos
Basma
A marroquina Basma El Halabi prepara quitutes do Marrocos, seu país natal, e também misturas com a culinária síria —aprendida com o marido, que conheceu no Brasil. Cuscuz marroquino, tajine e tabule são algumas das opções do cardápio.
Food park O Quintal de Casa, r. Dr. Renato Paes de Barros, 484, Itaim Bibi. facebook.com/basmacozinhaoriente
Galeria Presidente
Não é à primeira vista que se percebe que o prédio atrás da Galeria do Rock virou um ponto de encontro de imigrantes de diversos países africanos. O térreo, primeiro andar e subsolo seguem com comércios brasileiros, especialmente ligados à cultura black e ao reggae, além da sede de torcida do São Paulo.
A partir do segundo andar, porém, a impressão é de se ter mudado de país. As placas são escritas em inglês, as conversas acontecem em idiomas africanos e as vitrines têm produtos como carne de cabra, farinha para fufu e clareadores de pele —cosmético difundido em países africanos. Há restaurantes nas pontas dos corredores, onde os imigrantes comem com as mãos, como é o costume.
Rua 24 de Maio, 116, República, tel. 3337-4168
-
ORIENTE MÉDIO
Síria
Talal Culinária Síria
O engenheiro Talal al-Tinawi e sua família chegaram a São Paulo em 2013, fugindo dos conflitos políticos e armados na Síria. Três anos depois, abriram o próprio restaurante a partir de uma campanha de financiamento coletivo. Mais de 800 pessoas contribuíram para a meta de R$ 60 mil, que acabou sendo batida em R$ 14 mil. "E só dez cobraram as recompensas!", afirma Talal. Hoje, a casa emprega cinco funcionários de diferentes nacionalidades (Síria, Brasil, Congo, Togo e Angola). De segunda a sábado, o esquema é self-service a quilo, das 12h às 16h. No domingo, há cordeiro, churrasco sírio e o buffet tem valor fixo (de R$ 32 a R$ 42).
R. das Margaridas, 59, Jardim das Acácias, tel. 3360-2595. talalculinariasiria.com
Síria
Ogarett
Financiada pelo sírio Tarek Masarami, comerciante estabelecido no Brás há algumas décadas, a lanchonete emprega refugiados que ele conheceu na Mesquita do Pari. Serve shawarmas e esfirras.
R. Dr. Ornelas, 150, Canindé, tel. 94399-7734.
Síria
Damascus Doce Árabe
Com uma modesta porta na Cônego Eugênio Leite, um grupo de refugiados sírios serve quitutes árabes salgados e doces. Os donos ainda falam pouco português, mas compensam em simpatia e nas delícias.
R. Cônego Eugênio Leite, 764, Pinheiros. tel. 98310-5607. facebook.com/Damascus-Doce-Arabe
Palestina
Al Janiah
Foi na ocupação Leila Khaled que os cinco refugiados palestinos (um nascido no Brasil e outros quatro que viviam na Síria) se conheceram e se juntaram para abrir o bar. As referências políticas estão nas atividades culturais e até na carta de drinks -Palestina Libre, Retorno a Haifa e Jaffa Sunrise. Há também porções para dividir e sanduíches, como os de falafel e kafta. Aberta em janeiro, a casa costuma lotar nos fins de semana.
R. Álvaro de Carvalho, 190, Centro, tel. 98392-9246. facebook.com/Al-Janiah-183073728713846
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AMÉRICA CENTRAL
Haiti
União Social dos Imigrantes Haitianos
A Usih conseguiu, em janeiro, um acordo para alugar um antigo sobrado no Glicério, em troca da reforma do local. Para arcar com as obras, Fedo Bacourt, um dos coordenadores da união, iniciou uma vaquinha virtual, mas a meta de R$ 30 mil está longe de ser batida. A ideia é que, com um imóvel em condições, o grupo possa dar apoio a refugiados haitianos que chegam a São Paulo, com aulas de português e preparação para o Enem. Enquanto isso, promovem e participam de eventos.
usihaitianos.org. Financiamento coletivo: bit.ly/2cetGHn
Haiti
Satelitte Musique
O grupo de dez membros toca versões de músicas de compas, um ritmo haitiano com bastante percussão e riffs de guitarra caribenhos. Os integrantes se conheceram na Missão Paz, igreja no Glicério que é o principal ponto de apoio aos refugiados haitianos.
Haiti
Surprise69
Junto ao compas e ao rabòday, o rap é um dos ritmos mais disseminados no país caribenho. O trio estabelecido em São Paulo é formado por Negroflow, Mário Love e Realblack. Lançou neste ano o CD "Ayisyen Kila (Os Haitianos Estão Aqui)" e o videoclipe da música "Jistis", com cenas gravadas na avenida Paulista.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Eventos e Exposições


La feria tendrá 41 galerías de arte contemporánea (7 galerías argentinas), actividades para chicos, palestras, proyectos de grupos de artistas independientes y mucho mas!
*Entrada Gratuita
Cuando:
Miercoles, 02/11 - 16:00 às 21:00
Jueves y Viernes, 03 e 04/11 - das 13:00 às 21:00
Sábado y domingo, 05 e 06/11 - das 11:00 às 19:00
Donde:
Salão Marc Chagall - Club Hebraica
R. Dr. Alberto C. de Melo Neto, 115 - Pinheiros/ Jardim Paulistano
São Paulo
NOV2
2 de novembro - 6 de novembroSão Paulo
1.999 pessoas interessadas · 961 pessoas confirmaram presenç

Eventos e Exposições

CURSO GRATUITO:


"Formação sobre Participação Social e Cultural para Imigrantes e Refugiados" - INSCRIÇÕES AQUI:
https://goo.gl/forms/hjYHJVAxCsUVU2aG2

CARGA HORÁRIA TOTAL: 06 HORAS
[[09 de Novembro ; 18h às 21:30h]]
[[16 de Novembro ; 18h às 21:30h]]

O Projeto "Central de Capacitação Popular - Direitos Humanos" (CECAP-DH) é fruto de um convênio de parceria firmado entre Rede Cidadã Multicultural e Prefeitura Municipal de São Paulo - via Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Este Curso é uma parceria da CECAP-DH, da Coordenação da Política Municipal de Participação Social, da Coordenação de Políticas para Migrantes e do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI).

A U L A ((01)): [[09 de Novembro ; 18h às 21:30h]]
1. Organograma do Estado Brasileiro: Republica federativa: UNIÃO / ESTADOS / MUNICIPIOS (noção geográfica da divisão de poderes) / Cada um tem a seguinte divisão do poder: Poder Judiciário; Poder Legislativo; Poder Executivo
2. Organograma do Judiciário: Definição; exemplos/caminhos de participação neste poder; O judiciário e a defesa dos direitos (ex.: Ação civil pública, judicialização das políticas públicas, controle social do judiciário)
3. Organograma do Legislativo: Definição; exemplos/caminhos de participação neste poder; Participação social nos processos legislativos (ex.:iniciativa popular de lei, apresentação de petições, representações, oferecimento de pareceres técnicos, audiências públicas, Comissão Permanente de Legislação Participativa.)
- Legislativo: Legislativo Federal - Senado – Casa dos Estados – 81, Câmara dos Deputados – Casa do Povo – 514; Legislativo Estadual - Assembléias Legislativas Estaduais; Legislativo Municipal de SP - Câmaras Municipais – 55 vereadores.
4. Organograma do Executivo: Definição; exemplos/caminhos de participação neste poder; Participação social no executivo (ex.: políticas sociais, conselhos, audiências públicas, OP.)
- Executivo: Executivo Federal - Presidência/Ministérios/MPF/AGU/Procuradoria Geral/Polícia Federa; Executivo Estadual - Governador/Secretarias/MPE/Defensoria Púbica e Assistência Jurídica/Procuradoria Estadual/Polícias Civil e Militar; Executivo Municipal de SP - Prefeito/Secretarias – 28/Procuradorias Municipais/Guardas Municipais.
5. Outros conteúdos/assuntos: Impostos e retribuição em direitos sociais; LDO e LOA; Peças orçamentárias anuais e proposições de leis.


A U L A ((02)): [[16 de Novembro ; 18h às 21:30h]]
Recursos Públicos e Projetos Sociais
01. Fontes de Financiamento • Leis de Incentivo Fiscal / Abatimento de Impostos; • Emendas Parlamentares; • Convênios Diretos; • Editais
02. Leis de Incentivo Fiscal: relação Poder Público e Empresas Privadas: - Trâmites e Documentações; - Captação de Recursos; - Interesses: Sociais, Públicos e Privados; - Alguns Exemplos (Rouanet / FUMCAD)
03. Emendas Parlamentares: - Mudança na Lei; destaque que execução de orçamento é função do Poder Executivo
Legislativo Federal e Executivo Federal (com base e revisão da aula 01); Legislativo Estadual e Executivo Estadual (com base e revisão da aula 01); Legislativo Municipal e Executivo Municipal (com base e revisão da aula 01). Exemplos
04. Convênios: - Convênios Diretos entre Organizações da Sociedade Civil e Poder Executivo; - MROSC (Mudanças na Lei)
05. Editais: - Interesse Social e Público; - Ações pontuais de menor duração; - Critérios; Pré Requisitos; Prazos; Exemplos.
06. Outros conteúdos/assuntos: Proponentes - Organizações da Sociedade Civil (formais e/ou informais), Pessoas Físicas representantes de Organizações Informais; reforçar questão dos Impostos e retribuição em direitos sociais; reforçar questão da LDO e LOA; reforçar questão da Peças orçamentárias anuais e proposições de leis.


LOCAL: AUDITÓRIO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA (TÉRREO)
ENDEREÇO: Rua Libero Badaró, 119, Centro (próximo ao Viaduto do Chá e Praça Patriarca)


CARGA HORÁRIA TOTAL: 06 HORAS
[[09 de Novembro ; 18h às 21:30h]]
[[16 de Novembro ; 18h às 21:30h]]


Mais informações:
cecapdh@gmail.com
Facebook: Central de Capacitação Popular - Direitos Humanos
(https://www.facebook.com/CECAPDH)
Telefone: (11) 3208-2020 Ramal 219
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 "Formação sobre Participação Social e Cultural para Imigrantes e Refugiados" - INSCRIÇÕES AQUI:
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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Curso

Ana Gebrim e eu ofereceremos no dia 21 de outubro o minicurso "Refúgio no Brasil: dimensões jurídicas, sociais e subjetivas com ênfase para o refúgio por orientação sexual". Acontecerá na UFSC durante a 15ª SEPEX (Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão). O minicurso é gratuito e não é necessário estar vinculad@ a UFSC para participar, basta se inscrever entre os dias 14 e 19 de outubro no seguinte link: http://sg.sepex.ufsc.br/
Segue, abaixo, o conteúdo programático:
1. Migrações internacionais e deslocamento forçado, uma introdução ao contexto do refúgio
2. O debate internacional e os aspectos jurídicos 
2.1 Surgimento e desenvolvimento do status de refugiado no mundo – Convenção de 1951, Protocolo de 1967 e a Declaração de Cartagena de 1984 
2.2 Aspectos jurídicos do refúgio no Brasil – A Lei 9.474/1997 
2.3 Os refugiados e as refugiadas por orientação sexual e identidade de gênero (OSIG) na legislação brasileira 
2.4 Comparando legislações – o caso do refúgio por OSIG na Espanha
3. Os aspectos sociais de acolhimento, integração e proteção para refugiados e refugiadas no Brasil 
3.1 A atuação da Polícia Federal e das organizações não-governamentais de apoio a imigrantes e refugiados/as 
3.2 Centros de acolhida (albergues) para refugiados e refugiadas 3.2.1 Há centros de acolhida específicos para refúgio por OSIG no Brasil? 
3.3 Integração local: as dificuldades linguísticas e de inserção no mercado de trabalho brasileiro 
3.4 Proteção aos solicitantes de refúgio, refugiados e refugiadas: a atuação do CONARE (Comitê Nacional para Refugiados) e das organizações não-governamentais 
3.5 O CONARE frente aos refugiados e refugiadas por orientação sexual e identidade de gênero 
3.6 As organizações não-governamentais frente aos refugiados e refugiadas por orientação sexual e identidade de gênero
4. Dimensões subjetivas do deslocamento 
4.1 Aspectos sociais do sofrimento psíquico 
4.1.1 Reprodução social e produção de sofrimento 
4.2 Migrações forçadas X migrações escolhidas. Acolhimento, xenofobia e a figura do refugiado entre a vítima e o suspeito. 
4.3 Discursos sobre o traumático 
4.3.1 Trauma e psicanálise / História das intervenções clínicas/ Transtorno de stress pós traumático e psiquiatria / Discursos contemporâneos sobre trauma 
4.4 Políticas de integração e políticas humanitárias: qual subjetividade está em jogo? 
4.5 Dimensão política da clínica: intervenções possíveis
Assinatura e entrega dos Termos de compromisso para os Expositores de Estandes: 03/10/2016 a 07/10/2016, na PROEX (Reitoria II, sala 301)
SG.SEPEX.UFSC.BR

domingo, 9 de outubro de 2016

Notícias


Refugiados nas fronteiras: a política punitiva do governo húngaro para além do referendo

Refugiados nas fronteiras: a política punitiva do governo húngaro para além do referendo

Como parte da série “Deslocados e Descartáveis”, a pesquisadora social Bruna Kadletz visita uma zona de trânsito na fronteira entre Hungria e Sérvia e reflete sobre a agenda xenofóbica de Viktor Orban que exclui solicitantes de asilo da sociedade.
Por Bruna Kadletz
Publicado originalmente no portal News Deeply – acesse aqui (em inglês)
Fronteira Hungria-Sérvia – No último domingo (02), o governo húngaro fez a seguinte pergunta para seus cidadãos: “Você quer que a União Europeia (UE) determine o reassentamento obrigatório de cidadãos não-húngaros sem a aprovação da Assembleia Nacional?”
A pergunta referia-se ao plano da UE de redistribuir os solicitantes de asilos e migrantes que estão atualmente presos na Grécia e Itália, aguardando ansiosamente a decisão das autoridades europeias sobre o seu destino.
Apesar de mais da metade da população votante não ter comparecido ao referendo, não é de se surpreender que aproximadamente 95% do público que votou tenha rejeitado o plano de redistribuição da UE, o qual sugere o reassentamento de 1.294 refugiados na Hungria.
A majoritária rejeição pública ao reassentamento de refugiados na Hungria pode encorajar mais restrições legais e políticas dentro do país.
O referendo do dia 02 de outubro é parte de uma ampla campanha patrocinada pelo Estado que não mede esforços em abusar de refugiados e tolher oportunidades de reassentamento.
Durante o verão europeu, o governo húngaro disseminou mensagens xenofóbicas com uma eficiência alarmante. Pôsteres nas paradas de ônibus, placas nas ruas e um livreto de 18 páginas – que foi distribuído para mais de 4 milhões de casas – retratavam solicitantes de asilo como ameaças a Europa e cultura húngara.
Políticos húngaros se referem a refugiados e migrantes com “intrusos”, “terroristas em potencial” e “veneno”, sendo que um parlamentar chegou a sugerir que cabeças de porcos deveriam ser expostas na fronteira como forma de desencorajar muçulmanos de atravessarem para o país.
O fechamento da principal rota de migração pelos países balcânicos em março é mais um evidente exemplo de uma política punitiva que emprega força contra pessoas oriundas de zona de guerra. A lógica que fisicamente restringe e isola solicitantes de asilo os considera descartáveis e desqualificados de reconhecimento humano ou assistência humanitária.
Enquanto que barreiras físicas e legais não pararam por completo o movimento de pessoas pelos Bálcãs, tais barreiras certamente intensificaram a catástrofe humanitária na região. Milhares de solicitantes de asilo estão atualmente presos em condições desumanas em campos e zonas de trânsito.
Um desses campos está localizado em Kelebija, na fronteira entre Hungria e Sérvia. Durante uma visita no final de agosto, eu pude testemunhar o estado deplorável no qual quase 200 pessoas estavam vivendo, incluindo mais de 40 crianças e um recém-nascido que chegou ao mundo em outro campo de refugiados – em Idomeni, na Grécia.
Acampamentos improvisados na zona de trânsito próxima a Kelebija, na fronteira Hungria-Sérvia. Crédito: Bruna Kadletz
Acampamentos improvisados na zona de trânsito próxima a Kelebija, na fronteira Hungria-Sérvia.
Crédito: Bruna Kadletz
O governo húngaro gerencia sua fronteira ao permitir que uma média de 30 pessoas previamente registradas entrem no país por dia. Este mecanismo de controle prioriza famílias, colocando homens solteiros no final da fila.
Enquanto isso, acampamentos informais são estabelecidos nas zonas de trânsito, onde refugiados e migrantes devem permanecer antes de cruzarem as fronteiras.
Oficiais da agência para refugiados da ONU, o ACNUR, e a polícia de fronteira húngara visitam regularmente a zona de trânsito perto de Kelebija, ordenando a saída de voluntários e organizações não autorizados. Somente instituições creditadas estão licenciadas a oferecer assistência humanitária.
Apesar de supostamente proteger pessoas deslocadas do tráfico humano tão comum na região de fronteiras, essa forma de posse sobre a vida dos refugiados torna as condições desumanas do campo invisíveis para a comunidade internacional.
De acordo com organizações locais, assistência humanitária básica aos refugiados foi criminalizada nesta zona de trânsito. Voluntários que atuam na zona reportam que autoridades da fronteira tem confiscado os itens distribuídos para as pessoas em necessidades. Ainda assim, muitos voluntários continuam a distribuir alimentos e roupas como forma de preencher os vazios deixados pelo governo e organizações internacionais.
Crianças em área comum de Kelebija. Cerca de 40 vivem nesse campo. Crédito: Bruna Kadletz
Crianças em área comum de Kelebija. Cerca de 40 vivem nesse campo, que não conta com serviços básicos, como chuveiros.
Crédito: Bruna Kadletz
Ao caminhar pelo campo, uma agente da ACNUR me garantiu que os refugiados e migrantes que residiam nas barracas estavam completamente cobertos pela agência da ONU. Contudo, uma breve olhada conta uma história diferente.
Jean Asselborn, o ministro de assunto exteriores de Luxemburgo, disse recentemente que os húngaros tratam solicitantes de asilo “pior que animais selvagens”. Asselborn chegou a sugerir a expulsão da Hungria da União Europeia devido ao seu tratamento aos solicitantes de asilo. O tratamento que eu observei na zona de trânsito húngara confirma as fortes palavras do ministro.
Não existem nem abrigos apropriados nem chuveiros no campo. O cheiro das crianças revela há quanto tempo elas estão sem tomar banhos. Água é escassa. Uma única torneira serve toda a comunidade. A grande maioria desses residentes, que escaparam de dificuldades extremas, parece estar determinada a suportar os desafios de encontrar um local seguro, onde eles possam reconstruir suas vidas.
Viktor Orban, o primeiro-ministro da Hungria, tem sido uma figura central na fabricação de mais problemas e dificuldades para refugiados, abrindo um caminho perigoso para os países vizinhos que seguem a mesma política punitiva.
Desde o ano passado, quando mais de um milhão de solicitantes de asilo atravessaram os Bálcãs, a Hungria tem aumentado as medidas físicas e legais para bloquear o movimento de pessoas em busca de refúgio.
Após elevar uma intimidadora cerca de arame farpado de 175 km de extensão ao longo da fronteira com a Sérvia em setembro de 2015, a Hungria implementou pesados controles de fronteira no último 5 de julho – reforçando poder militar e criminalizando refugiados. De acordo com as regras do governo, autoridades húngaras podem expulsar qualquer refugiado ou migrante sem documentos que for pego pela polícia num raio de 8 km da fronteira. A expulsão ocorre sem análise do pedido de asilo, o que viola regulamentos da União Europeia.
Fronteira húngara, fortificada em julho de 2015 para restringir novas entradas de refugiados e migrantes. Como resultado, milhares de pessoas estão nas chamadas zonas de trânsito, mais vulneráveis a traficantes de pessoas. Crédito: Bruna Kadletz
Fronteira húngara, fortificada em julho de 2015 para restringir novas entradas de refugiados e migrantes. Como resultado, milhares de pessoas estão nas chamadas zonas de trânsito, mais vulneráveis a traficantes de pessoas.
Crédito: Bruna Kadletz
O regime anti-migração de Orban está em paralelo com o que Henry Giroux, um acadêmico americano que foca em cultura e educação, chamou de “biopolítica descartável” – modos punitivos e brutais de governar populações que restringe aqueles considerados com menos valor para a sociedade a zonas de exclusão, onde os serviços mais básicos não estão disponíveis.
Orban nos mostra como governos podem manipular e moldar opinião pública, além de serem instrumentais na produção de vidas descartáveis em sociedades supostamente democráticas.
Ao substituir proteção aos refugiados por propagandas xenofóbicas e expulsões patrocinadas pelo Estado, o governo húngaro tem incitado nacionalismo e medo dentro da sua sociedade.
A implementação dessas estratégias políticas tem impedido soluções humanas e sustentáveis para o sofrimento dos refugiados ao redor do mundo, contribuindo fortemente para a presente crise de migração global. Gostando ou não, o reconhecimento da nossa humanidade em comum nunca foi mais essencial.
Como eu mencionei no meu artigo prévio, a chamada crise dos refugiados existe em um contexto global interconectado, e não em um plano paralelo e distante que nós podemos nos manter imunes e separados.
Em tempos de retóricas divisórias e cheias de ódio, nós devemos elevar nossos padrões éticos, particularmente em termos de como nós – individualmente e coletivamente – respondemos as necessidades dos mais vulneráveis dentre nós.
Os húngaros tiveram em suas mãos uma oportunidade preciosa com este referendo. O voto ofereceu uma chance histórica para que eles refletissem sobre o seu próprio passado e traumas na busca por refúgio durante a Revolução Húngara de 1956.
Este poderia ser o momento de retribuir a solidariedade e hospitalidade que a geração de refugiados recebeu.
Mesmo que a legitimidade do referendo seja questionável, já que o comparecimento foi baixo, a deficiência pública em demonstrar empatia e solidariedade demonstra como a lógica das vidas descartáveis está enraizada no inconsciente coletivo. Ainda se acredita que determinadas vidas e povos não sejam merecedoras de acolhimento.
Como John Powell, acadêmico que escreve sobre os direitos civis nos EUA, sempre diz “ninguém deve ser expulso do círculo de cuidado humano”. Os esforços para expulsão social somente intensificam e prolongam a crise, como nós podemos testemunhar atualmente – seja no caso das comunidades negras destituídas ou na xenofobia contra migrantes ao redor do mundo.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Filmes, vídeos e livros


Documentário sobre imigrantes ganha prêmio no Festival de Veneza

De Agrigento (Itália)

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    Imagem de divulgação do filme "No borders - Un mondo dei Migranti in Realtà"
    Imagem de divulgação do filme "No borders - Un mondo dei Migranti in Realtà"
O documentário "No borders - Un Mondo dei Migranti in Realtà" ("Sem Fronteiras - Um Mundo dos Imigrantes em Realidade", em tradução livre), do diretor italiano Haider Rashid, venceu nesta terça-feira (6) a primeira edição do prêmio MigrArti, entregue durante a 73ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza.  

A honraria foi criada pelo Ministério dos Bens Culturais da Itália para promover a "cultura dos novos italianos", ou seja, dos milhares de imigrantes que chegam ao país todos os anos, a maioria deles após perigosas travessias do mar Mediterrâneo em barcos superlotados.

O júri foi presidido pelo cineasta turco Ferzan Özpetek, que já fez diversos filmes na Península Itálica, e também contou com a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini. A cidade, que fica na ilha homônima, é a principal porta de entrada para imigrantes na Itália, já que está mais perto da África do que da parte continental do país.

A estatueta, que representa uma Itália unida de norte a sul, foi idealizada pela estudante Viktoria Tribus e fabricada com a madeira de barcos clandestinos que chegaram em Lampedusa. Ao todo, 16 produções italianas concorreram à honraria, mas "No Borders" acabou se destacando com a proposta de ser o primeiro filme do país feito em realidade virtual.

Nascido em Florença, Rashid é filho de pai italiano e conhece de perto a vida dos imigrantes na Itália. Em 2013, ele lançou "Sta per Piovere" ("Está para chover"), longa que narra a dificuldade enfrentada por pessoas que nasceram e cresceram dentro das fronteiras italianas para conseguir sua cidadania.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Notícias

http://m.jb.com.br/internacional/noticias/2016/07/12/do-trabalho-pesado-ao-futebol-europa-discrimina-mas-precisa-dos-imigrantes/

Do trabalho pesado ao futebol: Europa discrimina, mas precisa dos imigrantes

Título de Portugal na Europa pós-Brexit contou com gol de jogador de Guiné-Bissau

Pamela Mascarenhas, Jornal do Brasil
12/07 às 16h56 - Atualizada em 12/07 às 17h54
O título da Eurocopa 2016 conquistado por Portugal neste final de semana, com uma equipe formada em grande parte por imigrantes, ajudou a reforçar o debate sobre a relação destes com os europeus, e mesmo sobre a legitimidade do espírito nacionalista que envolve essas conquistas esportivas. O futebol português tem uma grande dívida com imigrantes e ex-colonizados. O moçambicano Eusébio, por exemplo, foi o grande líder da seleção portuguesa que conseguiu chegar à semifinal da Copa do Mundo em 1966, contra a Inglaterra.
Quando Cristiano Ronaldo, nascido na portuguesa Madeira, dedicou a vitória deste domingo (10) aos portugueses e imigrantes, seu discurso se alinhou ao debate fortalecido depois que o colega Éder, nascido na ex-colônia Guiné-Bissau, na África, fez o gol da vitória contra uma França também amparada por Pogba, filho de um casal de Guiné. Dos 23 campeões portugueses, nove nasceram em outros países. Além de Guiné-Bissau, há atletas de Cabo Verde, Angola e até França, Alemanha e Brasil.
Éder, herói de Portugal, nasceu na ÁfricaÉder, herói de Portugal, nasceu na África
Portugal tem uma relação histórica específica com imigrantes, mas a dependência da mão de obra destes se assemelha à vista em outros países europeus -- o que não é diferente em relação ao futebol. O vínculo sempre esteve ali ao longo das últimas décadas, mas nunca garantiu que tal necessidade impedisse que um sentimento de repulsa viesse junto. Apenas no final de semana após a aprovação do Brexit, o Reino Unido registrou mais de cem casos de xenofobia, de acordo com o jornal Independent, entre insultos e crimes de ódio.
"A Europa tem uma rejeição, um racismo, mas ao mesmo tempo precisa dos imigrantes, que têm um papel muito importante no continente, principalmente os das ex-colônias. Esses países, Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, eles hoje em dia são obrigados a receber imigrantes, em parte porque alguns têm direito, mas muitos também porque a Europa precisa desse trabalho. O fato de serem esportistas profissionais facilita que eles obtenham o visto", destaca Helion Póvoa Neto, professor do IPPUR-UFRJ, onde coordena o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios [NIEM].
Póvoa Neto explica que "os imigrantes são discriminados, mas necessários". Eles atendem às necessidades do mercado de trabalho europeu, principalmente em relação às funções que oferecem os piores salários e menor prestígio. Por outro lado, surgem espaços para exceções como as vistas no futebol e na música, e imigrantes se tornam ídolos entre demais imigrantes e descendentes de imigrantes, mas também entre os europeus. 
Em muitos países da Europa, a taxa de mortalidade é superior à natalidade. Trata-se de um continente em processo de envelhecimento, ressalta Póvoa Neto. Existe uma necessidade de trabalhadores jovens, e os imigrantes atendem a isso. 
De acordo com Póvoa Neto, Portugal conta com muitos imigrantes de ex-colônias na África -- Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique. Nos anos 1960, com muitos portugueses emigrando do país, Portugal precisou trazer imigrantes para fazer o trabalho pesado. Os primeiros foram principalmente cabo-verdianos e guineenses.   
"Portugal não era um país de imigrantes, mas principalmente de emigrantes. Mandava muitas pessoas para o Brasil, Venezuela, Canadá Estados Unidos, e também para outros países na Europa, como França, Alemanha, Suíça", explica o professor. 
Os primeiros imigrantes que Portugal recebeu vieram justamente de Cabo Verde e Guiné-Bissau. Quando acabou a ditadura, em 1975, com a Revolução dos Cravos, as colônias ficaram livres e Portugal começou a receber os portugueses brancos retornados -- alguns tinham nascido em Portugal mas muitos eram das colônias. As antigas colônias ficaram independentes, o que facilitou acordos para a entrada da população desses países. 
Ao mesmo tempo, pessoas negras que eram das colônias --  Cabo Verde e Guiné-Bissau e também Angola e Moçambique -- foram se integrando. Têm direitos, mas são muito discriminados, situação parecida com a dos negros no Brasil. "No futebol, muitos jogadores têm origem nessas ex-colônias. Assim como Portugal precisava de mão de obra na construção civil e no comércio, também precisava muito no futebol, o que não é uma exclusividade de Portugal. Vários países europeus seguem este mesmo exemplo, como a própria França", disse o professor. Grande parte dos jogadores da seleção francesa - que disputou a final com Portugal - é descendente de africanos e árabes, assim como o maior jogador francês da história, Zinedine Zidane, que era argelino. "A Holanda também tem muitos jogadores das ex-colônias, assim como a Bélgica", acrescentou o professor.