segunda-feira, 15 de outubro de 2012

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 EUROPEUS PREFEREM O SUL


Imigração para o Rio Grande do Sul sobe 121,4% entre 2009 e 2011, reforçada por profissionais qualificados vindos da Europa.
Na rota dos estrangeiros que deixam seus países em busca de oportunidades no Brasil, o Rio Grande do Sul se tornou o Estado onde mais cresceu a população vinda do Exterior.
A imigração para o Estado é fortalecida por europeus que tentam escapar da crise em seus países, que comprometeu até mesmo o emprego de profissionais qualificados.
O número de residentes oriundos de outras nações no Estado passou de 25,8 mil para 57,1 mil entre 2009 e 2011, alta de 121,4%, segundo o IBGE. Além disso, dados do Ministério do Trabalho mostram que no primeiro semestre deste ano, 872 estrangeiros receberam autorização para trabalhar no Rio Grande do Sul. Em todo 2009, foram 654.
– Vemos portugueses e espanhóis vindo para cá trabalhar em cargos qualificados – diz Neli Fagundes, do setor de Imigração da Superintendência Regional do Trabalho no Estado.
Por muitos anos, o Brasil foi um grande exportador de mão de obra. Hoje, faz caminho inverso. Esse movimento é impulsionado pelo avanço do setor produtivo e de novas tecnologias.
Conforme estudo da Organização Internacional de Migrações, 107 mil europeus deixaram seus países entre 2008 e 2009. E o principal destino foi o Brasil. Nesse cenário, o Rio Grande do Sul atrai por ter menor competição em relação a São Paulo e Rio de Janeiro, menor custo de vida e características mais próximas da Europa.
– Executivos de áreas técnicas, engenharia e desenvolvimento de produto têm sido buscados por empresas com sede europeia instaladas aqui – aponta Rui Mello, sócio-diretor da Mapper Consultores Executivos.
A presença de estrangeiros no país pode representar um desafio extra à força de trabalho local, caso a crise se agrave e não haja política mais restritiva de imigração, avalia Flávio Martins, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul):
– Terão de competir com estrangeiros bilíngues que chegam com nível de escolaridade alto.
Há pouco mais de um ano, o alemão Henning Hueckstaedt, 49 anos, deixou a mulher e os dois filhos na cidade de Leverkusen para trabalhar no polo petroquímico de Triunfo. Diretor de projetos da unidade gaúcha da Lanxess, o engenheiro veio para o Brasil com o desafio de coordenar a produção química de borracha sintética.
– Ficarei aqui pelo menos mais dois anos – conta Hueckstaedt, que tem aulas regulares de português para se familiarizar com o idioma.
Com mais de 20 anos de experiência na indústria química, o engenheiro ainda estranha a nova casa e sente saudade da família. A cada dois meses, Hueckstaedt viaja para a Alemanha, onde entrega relatórios sobre a unidade e visita a mulher e os filhos, de 17 e 21 anos.
– Apesar de estar longe do meu país, sei que esta é uma grande oportunidade para a minha carreira. A empresa precisava que eu estivesse aqui para melhorar os processos – diz o engenheiro, que mora sozinho em Porto Alegre e se desloca para Triunfo todos os dias.
Estudo divulgado pela Organização Internacional de Migrações mostra que 107 mil europeus saíram de seus países entre 2008 e 2009, no auge da crise. O principal destino foi o Brasil:
Espanha: 47,70 mil
Alemanha: 20,93 mil
Holanda: 17,17 mil
Itália: 15,70 mil
Dados da Pesquisa Nacional por Mostra de Domicílios (Pnad) do IBGE também mostram um maior número de estrangeiros vivendo no Rio Grande do Sul, onde a presença mais do que dobrou em dois anos:
2009: 25,8 mil
2011: 57,14 mil
As autorizações concedidas pelo Ministério do Trabalho revelam mudança no perfil dos estrangeiros que chegam ao Rio Grande do Sul. Em 2009, os chineses estavam no topo da lista e os alemães ocupavam a quinta posição. Hoje, os alemães estão em segundo lugar na lista.

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