Educação superior
Escolas de fronteira promovem integração cultural e aproximam realidades distantes
Às terças e quintas-feiras, cerca de 80 estudantes do
primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da escola estadual Dr.
Theodureto Carlos de Faria Souto, situada em Dionísio Cerqueira (SC),
têm aulas em espanhol com professores argentinos. Ao mesmo tempo, 150
alunos da Escuela 604 em Bernardo de Irigoyen, na província de Misiones,
Argentina, são ensinados em português por docentes brasileiros. Mas a
troca de experiências vai muito além da língua. Inseridas no Programa
Escolas Interculturais de Fronteira (Peif), as escolas têm enfoque no
conhecimento cultural mútuo.
“A língua é um detalhe, mas a base é a interculturalidade; trabalhamos os costumes dos dois países, a fauna, a flora, o turismo, a alimentação”, explica Mauro Prado, diretor da escola catarinense. O principal benefício, segundo ele, é a aproximação entre os dois países, por meio da educação. “A fronteira é tão perto, mas o conhecimento da realidade de cada um acaba sendo tão distante, e é aí que entram as vantagens do programa”, diz.
O planejamento das atividades é feito de maneira conjunta entre os professores das duas escolas, com apoio pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e do Instituto Misiones, da Argentina. Desde 2012, a UFFS oferece formação continuada a professores brasileiros, argentinos e paraguaios no âmbito do programa Escolas Interculturais de Fronteira. Os cursos e palestras abordam temas como diversidade étnica, pluralismo cultural, história, costumes, tradições, memória, identidade e pertencimento.
“A universidade encontra-se em um cenário privilegiado quando o assunto é fronteira, por estarmos localizados nos três estados do sul”, afirma o professor Élsio Corá, diretor de políticas de graduação da UFFS e coordenador institucional do Peif. São atendidos professores das cidades-gêmeas de Porto Xavier (RS) e San Javier (Argentina); Santo Antônio do Sudoeste (PR) e San Antonio (Argentina); Capanema (PR) e Andresito (Argentina); Dionísio Cerqueira (SC) e Bernardo de Irigoyen (Argentina).
Formação – Teve início neste mês um curso de formação continuada em iniciação científica pela UFFS. De acordo com Corá, que coordena o projeto, cerca de 2,9 mil professores brasileiros, argentinos e paraguaios se inscreveram para as 1,5 mil vagas. “Por meio da linguagem científica e da internalização de uma cultura científica será possível contribuir para uma linguagem ‘comum’ na fronteira”, ressalta.
Segundo Ítalo Dutra, diretor de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, o Peif saiu da ideia de escola bilíngue e passou a ser intercultural. “Essa é a premissa da educação integral: o currículo foi repensado, a escola toda envolvida, por diversos meios de interação”, destaca.
Na visão do diretor, o programa é indutor da discussão sobre integração na fronteira a partir da educação. “Antes, era principalmente baseado no formato ‘cruze’, em que o professor ou estudante atravessa a fronteira, mas que se restringia a apenas um grupo; agora, a escola toda participa, aproveitando as tecnologias da informação para fazer o intercâmbio”, explica. Para Dutra, as múltiplas formas de interação, a discussão da educação integral e da interculturalidade, o intercâmbio, e a formação de professores são os principais destaques do programa.
Atualmente os países envolvidos no programa Escolas Interculturais de Fronteira são: Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Guiana. Para este ano, o objetivo é agregar mais países fronteiriços, como Colômbia, Peru e Guiana Francesa.
No ano passado, 170 escolas brasileiras solicitaram a adesão por meio do programa Mais Educação. As escolas estrangeiras totalizam 41.
Em 2014, foram ofertadas 2.110 vagas em cursos de formação continuada voltadas para professores das escolas participantes. Os cursos são ofertados pelas 12 universidades federais parceiras do programa: do Pampa (Unipampa), de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Pelotas (Ufpel), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Integração Latino-Americana (Unila), da Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande (Furg), de Roraima (UFRR), da Fronteira Sul (UFFS), do Amazonas (Ufam) e do Acre (Ufac).
Letícia Tancredi
“A língua é um detalhe, mas a base é a interculturalidade; trabalhamos os costumes dos dois países, a fauna, a flora, o turismo, a alimentação”, explica Mauro Prado, diretor da escola catarinense. O principal benefício, segundo ele, é a aproximação entre os dois países, por meio da educação. “A fronteira é tão perto, mas o conhecimento da realidade de cada um acaba sendo tão distante, e é aí que entram as vantagens do programa”, diz.
O planejamento das atividades é feito de maneira conjunta entre os professores das duas escolas, com apoio pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e do Instituto Misiones, da Argentina. Desde 2012, a UFFS oferece formação continuada a professores brasileiros, argentinos e paraguaios no âmbito do programa Escolas Interculturais de Fronteira. Os cursos e palestras abordam temas como diversidade étnica, pluralismo cultural, história, costumes, tradições, memória, identidade e pertencimento.
“A universidade encontra-se em um cenário privilegiado quando o assunto é fronteira, por estarmos localizados nos três estados do sul”, afirma o professor Élsio Corá, diretor de políticas de graduação da UFFS e coordenador institucional do Peif. São atendidos professores das cidades-gêmeas de Porto Xavier (RS) e San Javier (Argentina); Santo Antônio do Sudoeste (PR) e San Antonio (Argentina); Capanema (PR) e Andresito (Argentina); Dionísio Cerqueira (SC) e Bernardo de Irigoyen (Argentina).
Formação – Teve início neste mês um curso de formação continuada em iniciação científica pela UFFS. De acordo com Corá, que coordena o projeto, cerca de 2,9 mil professores brasileiros, argentinos e paraguaios se inscreveram para as 1,5 mil vagas. “Por meio da linguagem científica e da internalização de uma cultura científica será possível contribuir para uma linguagem ‘comum’ na fronteira”, ressalta.
Segundo Ítalo Dutra, diretor de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, o Peif saiu da ideia de escola bilíngue e passou a ser intercultural. “Essa é a premissa da educação integral: o currículo foi repensado, a escola toda envolvida, por diversos meios de interação”, destaca.
Na visão do diretor, o programa é indutor da discussão sobre integração na fronteira a partir da educação. “Antes, era principalmente baseado no formato ‘cruze’, em que o professor ou estudante atravessa a fronteira, mas que se restringia a apenas um grupo; agora, a escola toda participa, aproveitando as tecnologias da informação para fazer o intercâmbio”, explica. Para Dutra, as múltiplas formas de interação, a discussão da educação integral e da interculturalidade, o intercâmbio, e a formação de professores são os principais destaques do programa.
Atualmente os países envolvidos no programa Escolas Interculturais de Fronteira são: Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Guiana. Para este ano, o objetivo é agregar mais países fronteiriços, como Colômbia, Peru e Guiana Francesa.
No ano passado, 170 escolas brasileiras solicitaram a adesão por meio do programa Mais Educação. As escolas estrangeiras totalizam 41.
Em 2014, foram ofertadas 2.110 vagas em cursos de formação continuada voltadas para professores das escolas participantes. Os cursos são ofertados pelas 12 universidades federais parceiras do programa: do Pampa (Unipampa), de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Pelotas (Ufpel), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Integração Latino-Americana (Unila), da Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande (Furg), de Roraima (UFRR), da Fronteira Sul (UFFS), do Amazonas (Ufam) e do Acre (Ufac).
Letícia Tancredi
Palavras-chave: educação superior, escolas de fronteira, Peif
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