Espetáculo teatral mostra dificuldades dos imigrantes clandestinos em Londres
14/08/2013 - 6h56
Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cidade global, Londres acolhe imigrantes do mundo inteiro. Somente a comunidade brasileira na capital britânica é estimada hoje em mais de 130 mil pessoas, muitas delas em situação ilegal. O cotidiano desses imigrantes e as dificuldades que encontram em sua tentativa de sobrevivência em um país estrangeiro chegam agora ao teatro brasileiro, em um espetáculo que estreia na próxima quinta-feira (15), no Centro Cultural Correios, no Rio.
Com texto inédito de Tereza Briggs-Novaes e direção do premiado Ary Coslov, a comédia Fish Chips ou O Que Vim Fazer Aqui? aborda de forma irônica e irreverente a questão da imigração clandestina em Londres. A peça pretende fazer o espectador rir e pensar sobre situações como a confusão de línguas, a culinária britânica e seus pratos tradicionais, como o fish chips [peixe e batatas fritas] do título, os preconceitos e a questão da cidadania.
Os personagens são três imigrantes ilegais e uma ítalo-brasileira que dividem uma casa e são ligados pela saudade comum, pela música e pelo futebol. Um quinto personagem, de nacionalidade incerta, é introduzido nesse cenário e, misteriosamente, aparece morto, dando margem à entrada em cena de um inspetor de polícia. No elenco, os atores Bruno Ferrari, Marcello Escorel, Thaís Portinho, Zaira Zambelli, Rubens de Araújo e Gustavo Ottoni.
Fish Chips satiriza o mundo globalizado, onde podemos observar, entre outras coisas, o esfacelamento moral do capitalismo, comenta Tereza Briggs-Novaes, carioca, formada em teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e residente em Londres. “A peça também discute o conceito de comunidades de brasileiros no exterior, já que dos anos 1980 para cá um número significativo deles descobriu mais possibilidades no exterior”, acrescenta.
Desde 2004 Tereza Briggs-Novaes dirige oficinas do Teatro do Oprimido na Inglaterra e em outros países, difundindo o trabalho do dramaturgo Augusto Boal (1931-2009). Em 2011, na capital britânica, montou no Calder Bookshop Theatre, onde ministra workshops permanentes, Conspiracy of Silence, espetáculo sobre a ditadura militar brasileira.
Com carreira iniciada em 1963 como ator, Ary Coslov já dirigiu cerca de 20 peças, entre elas Pedra, A Tragédia, de Mauro Rasi, Vicente Pereira e Miguel Falabella (1986), Polaróides Explícitas, de Mark Ravenhill, eTraição, de Harold Pinter (2008), pela qual recebeu os prêmios Shell e APTR de melhor diretor naquele ano. Na televisão, atuou como ator em mais de 50 produções, entre novelas, minisséries, seriados e outros gêneros.
Fish Chips ou O Que Eu Vim Fazer Aqui? fica em cartaz até o dia 29 de setembro, com apresentações de quinta a domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10, a meia-entrada. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.
Edição: Graça Adjuto
Todo conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cidade global, Londres acolhe imigrantes do mundo inteiro. Somente a comunidade brasileira na capital britânica é estimada hoje em mais de 130 mil pessoas, muitas delas em situação ilegal. O cotidiano desses imigrantes e as dificuldades que encontram em sua tentativa de sobrevivência em um país estrangeiro chegam agora ao teatro brasileiro, em um espetáculo que estreia na próxima quinta-feira (15), no Centro Cultural Correios, no Rio.
Com texto inédito de Tereza Briggs-Novaes e direção do premiado Ary Coslov, a comédia Fish Chips ou O Que Vim Fazer Aqui? aborda de forma irônica e irreverente a questão da imigração clandestina em Londres. A peça pretende fazer o espectador rir e pensar sobre situações como a confusão de línguas, a culinária britânica e seus pratos tradicionais, como o fish chips [peixe e batatas fritas] do título, os preconceitos e a questão da cidadania.
Os personagens são três imigrantes ilegais e uma ítalo-brasileira que dividem uma casa e são ligados pela saudade comum, pela música e pelo futebol. Um quinto personagem, de nacionalidade incerta, é introduzido nesse cenário e, misteriosamente, aparece morto, dando margem à entrada em cena de um inspetor de polícia. No elenco, os atores Bruno Ferrari, Marcello Escorel, Thaís Portinho, Zaira Zambelli, Rubens de Araújo e Gustavo Ottoni.
Fish Chips satiriza o mundo globalizado, onde podemos observar, entre outras coisas, o esfacelamento moral do capitalismo, comenta Tereza Briggs-Novaes, carioca, formada em teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e residente em Londres. “A peça também discute o conceito de comunidades de brasileiros no exterior, já que dos anos 1980 para cá um número significativo deles descobriu mais possibilidades no exterior”, acrescenta.
Desde 2004 Tereza Briggs-Novaes dirige oficinas do Teatro do Oprimido na Inglaterra e em outros países, difundindo o trabalho do dramaturgo Augusto Boal (1931-2009). Em 2011, na capital britânica, montou no Calder Bookshop Theatre, onde ministra workshops permanentes, Conspiracy of Silence, espetáculo sobre a ditadura militar brasileira.
Com carreira iniciada em 1963 como ator, Ary Coslov já dirigiu cerca de 20 peças, entre elas Pedra, A Tragédia, de Mauro Rasi, Vicente Pereira e Miguel Falabella (1986), Polaróides Explícitas, de Mark Ravenhill, eTraição, de Harold Pinter (2008), pela qual recebeu os prêmios Shell e APTR de melhor diretor naquele ano. Na televisão, atuou como ator em mais de 50 produções, entre novelas, minisséries, seriados e outros gêneros.
Fish Chips ou O Que Eu Vim Fazer Aqui? fica em cartaz até o dia 29 de setembro, com apresentações de quinta a domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10, a meia-entrada. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.
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